Vice-Presidente em Nova Iorque

Fotografia: JA|IMAGENS

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O Vice-Presidente de Angola discursa na próxima segunda-feira, 29, na 69.ª Assembleia-Geral anual das Nações Unidas, cujos debates iniciam depois de amanhã e que deve marcar a eleição do país ao lugar de membro não permanente do Conselho de Segurança para o período 2015 e 2016.

Manuel Vicente desembarca hoje, em Nova Iorque, para representar o Chefe de Estado na sessão cujos debates vão até princípios do próximo mês. O Vice-Presidente, que chefia uma delegação integrada por membros do Executivo e altos funcionários da Presidência da República, vai discursar perante várias dezenas de Chefes de Estado e Governo de várias partes do globo.
A cerimónia de eleição deve acontecer a 18 de Outubro, na presença do ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, que já se encontra em Nova Iorque desde sábado. Fonte da Missão diplomática angolana em Nova Iorque afirmou que o Vice-Presidente da República vai desenvolver uma intensa actividade diplomática, sobretudo encontros com representantes ou Chefes de Estado de alguns países, para avaliar a cooperação bilateral.
A agenda da 69ª assembleia é composta por 177 pontos e abrange áreas como o estímulo ao crescimento económico e desenvolvimento sustentável, apoio à paz e segurança internacionais, promoção dos direitos humanos, desarmamento, controlo de drogas, prevenção da criminalidade e a luta contra o terrorismo. As alterações climáticas e a agenda global de desenvolvimento pós-2015 vão estar no centro dos debates.

Eventos especiais

Como é tradição desde a primeira Assembleia Geral, que aconteceu em 1947, o Brasil abre o debate geral, que é antecedido por vários eventos especiais, como a Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, reunião plenária de alto nível que tem lugar hoje e amanhã com a finalidade de chamar a atenção para os problemas dos povos indígenas e partilhar as melhores práticas para concretizarem os seus direitos, como estabelece a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Ainda hoje, a Assembleia vai reunir-se numa sessão especial para avaliar os progressos dos últimos 20 anos na implementação do Programa de Acção para o progresso social e económico, acordado na decisiva Conferência Internacional sobre a População e Desenvolvimento, realizada no Cairo, em 1994.
Outro evento importante decorre na terça-feira e tem a ver com a Cimeira sobre o Clima 2014, convocada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para mobilizar a vontade política e catalisar acções ambiciosas sobre as alterações climáticas e o desenvolvimento sustentável.
Criada em 1945, no âmbito da Carta das Nações Unidas, a Assembleia-Geral é o órgão supremo deliberativo, responsável pela elaboração de políticas e de representação das Nações Unidas. Composta por todos os 193 membros das Nações Unidas, proporciona um fórum único para o debate multilateral do espectro total das questões internacionais abrangidas pela Carta. Tem também um papel importante no processo de definição de normas e de codificação do direito internacional. A Assembleia reúne-se de forma regular de Setembro a Dezembro todos os anos, e depois conforme necessário.
O secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, afirmou recentemente que uma possível eleição permite “maior participação africana” naquele organismo. “Se formos eleitos, procuraremos contribuir com a nossa experiência de trabalho e colaboração com o Conselho de Segurança na procura de soluções negociadas e sustentáveis para a resolução dos conflitos, através do diálogo franco e aberto, como forma de se alcançar o consenso”, apontou.
Angola já traçou os três pilares da acção própria para o mandato: defesa da paz e segurança, prevenção e resolução de conflitos e realização de missões de manutenção e de consolidação da paz”. “Podemos acrescentar um quarto pilar, que é a defesa da posição africana. Defendemos uma maior participação de África no Conselho de Segurança”, realçou Manuel Augusto.

Cidade bastante agitada

Nova Iorque é por natureza uma cidade bastante movimentada e agitada. Com a  reunião das Nações Unidas está ainda com mais movimento. Em quase todas as artérias da cidade, sobretudo as que estão mais próximas do local da realização do evento mundial, é notório o policiamento, sobretudo para garantir a segurança das delegações estrangeiras ao evento mundial. Nas imediações da sede das Nações Unidas, as autoridades policiais montaram um grande dispositivo de segurança como forma de prevenir crimes e também garantir a disciplina dos cidadãos de diferentes pontos do Globo, que se queiram manifestar em grupo ou de forma singular.
Alguns Chefes de Estado ou seus representantes já começaram a desembarcar em Nova Iorque. Os jornalistas foram os primeiros a chegar. Para garantir o credenciamento e ocupação de melhores lugares para posicionarem os equipamentos e assegurarem melhor cobertura do evento.  Fala-se mesmo que em relação ao ano passado, o número de profissionais da imprensa aumentou, sobretudo porque os Estados querem ver nesta cimeira bem esmiuçado o tema relacionado com as questões ambientais.
Na parte frontal da sede das Nações Unidas, engalanada com as bandeiras de todos os países participantes, técnicos das maiores cadeias de televisão já começaram a instalar os seus equipamentos, como satélites e outros meios de última geração, para proporcionar melhor qualidade nas transmissões em directo. Enfim… Nova Iorque nesta altura está bastante agitada, com as ruidosas sirenes  dos veículos policiais fustigando o ouvido dos transeuntes, porque a cada minuto surge sempre uma denúncia de crimes de diferente natureza.
A 69ª Sessão de debates da Assembleia-Geral da ONU tem como presidente o ministro das Relações Exteriores do Uganda, Sam Kutesa, cuja candidatura foi endossada pela União Africana, na base do princípio da rotatividade e representação local.

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