Usar moedas nas operações está a crescer
O Banco Nacional de Angola disponibiliza, nos próximos quatro anos, 50 milhões de moedas metálicas de 50 e cem kwanzas, anunciou ontem, em Luanda, o seu administrador, Ramos Cruz, à margem da cerimónia de lançamento.
As novas moedas circulam em simultâneo com as actuais notas de 50 e cem kwanzas e apenas ao fim de quatro anos estas últimas deixam de circular. O BNA investiu 1,5 milhões de dólares nas novas moedas, que se juntam às de 50 cêntimos, um, cinco, dez e 20 kwanzas já em circulação. O responsável revelou estarem já em circulação 243 milhões de moedas das 268 milhões que foram produzidas. As novas moedas, lançadas em simultâneo em cerimónias idênticas nas delegações regionais, resulta da aprovação pela Assembleia Nacional da Lei nº 15/15, de 21 de Agosto.
Soberania monetária
O lançamento das moedas de 50 e cem kwanzas integra-se no programa comemorativo do 40º aniversário da independência nacional. “Nesta ocasião especial, o BNA junta-se às instituições nacionais e a todo o povo para homenagear os angolanos que, em circunstâncias extraordinariamente difíceis, tornaram possível a proclamação da Independência Nacional e se empenharam nos actos constitutivos de uma nova moeda, marcando a soberania monetária da República de Angola”, declarou na cerimónia José Pedro de Morais.
O governador do Banco Nacional de Angola referiu que “o mercado nacional regista nos últimos dois anos um aumento considerável do uso de moedas metálicas e de notas de menor valor facial”. O governador do BNA acentuou que, “apesar do abrandamento do ritmo de crescimento económico” em 2015 causado pela “queda brusca e acentuada do principal produto de exportação, o petróleo, aumentou a circulação monetária no país, principalmente das moedas de menor valor facial”.
As de 50 e cem kwanzas, as mais usadas no mercado nacional, representam cerca de 40 por cento do total das notas em circulação e com maior facilidade de se degradarem.
“O dinheiro que usamos passa mais rapidamente por diversos agentes económicos e, mesmo com o avanço notável dos meios electrónicos, ainda são muitos os pagamentos em numerário”, disse.
“Compete-nos manter as condições de circulação monetária em quantidade e qualidade adequada às necessidades da economia nacional e, por essa via, assegurar o conforto da sociedade no manuseio da moeda nacional”, sublinhou.
José Pedro de Morais referiu que “a emissão de moedas metálicas revela a preocupação do BNA na manutenção de relações comerciais mais justas”.
Valor do dinheiro metálico
“Com moedas de baixo valor monetário, os comerciantes retalhistas ficam com maiores possibilidades e mais opções na definição do preço dos bens, evitando o seu arredondamento para valores sempre mais elevados por ausência de meios de pagamento de menor denominação”, lembrou.
A moeda de 50 kwanzas é unicolor, metalizada e semi-serilhada. Numa faces há a frase “República de Angola” e o hastear da Bandeira na cerimónia da proclamação da Independência Nacional em 11 de Novembro de 1975, com um adulto, que representa um sobrevivente da luta de libertação, e uma criança, o futuro.
A mesma face tem o mastro da Bandeira com a inscrição “40º Aniversário da Independência Nacional, 1975-2015”. A outra tem valor facial ao centro e a inscrição “kwanzas”, a cestaria como símbolo da cultura nacional e o ano de emissão, 2015, na base.
A moeda de 100 kwanzas também é unicolor, mas é revestida a bronze, tem os mesmos dizeres e desenho da moeda de 50 kwanzas. Quanto às características de segurança destacam-se a borda serrilhada, o algarismo zero no valor facial e as letras BNA, que flutuam e variam em função da posição da moeda.