União Europeia apoia com 20 milhões de dólares

MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE ANGOLA, TETE ANTÓNIO  FOTO: ROSÁRIO DOS SANTOS

MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE ANGOLA, TETE ANTÓNIO
FOTO: ROSÁRIO DOS SANTOS

A União Europeia (EU) vai apoiar o país com 20 milhões de dólares, a serem aplicados na luta contra a Covid-19 e diversificação da economia. 

A informação foi prestada hoje, terça-feira, pelo ministro da Relações Exteriores, Teté António, em declarações à imprensa, na sequência da V Reunião Ministerial Angola-União Europeia, no âmbito do programa “Caminho Conjunto”, realizada por videoconferência.

Disse que o valor adiciona-se aos 10 milhões de dólares já em carteira para a aquisição de equipamentos sanitários e para atenuar outros efeitos da pandemia do novo coronavírus.

Segundo o ministro, as partes vão agora trabalhar para a efectivação deste apoio, que em princípio, está garantido.

Teté António disse que durante a reunião foi, igualmente, decidido a realização de um fórum de empresários do espaço europeu e angolanos, assim como a assinatura de um acordo de investimentos.

O plano de combate ao branqueamento de capitais da União Europeia, no qual se encaixa da luta contra a corrupção em curso em Angola e fluxo ilícitos de activos financeiros, também foram aflorados no encontro.

Cooperação profícua

O secretário de Estado para a Economia, Mário Caetano João, disse que, no quadro do programa “caminho conjunto”, está já a ser operacionalizada uma linha de financiamento de dois milhões de Euros, dos quais já foi utilizado um milhão nas áreas de energia e boa governação.

No âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento, avançou, Angola beneficia de mais de 130 milhões dólares, em aplicação  nos sectores da agricultura e indústria.

“É uma cooperação que tem bons resultados e já dura algum tempo”, sublinhou o responsável, apontado a introdução no pacote de cooperação futura as áreas de digitalização, meio ambiente e crescimento da economia.

Exportação de produtos

O ministro do Comércio, Victor Francisco dos Santos Fernandes, considerou a realização de fórum empresarial uma oportunidade para alicerçar a ideia de tornar a União Europeia um destino dos produtos nacionais.

Afirmou que Angola desafiou a UE a criar um corredor de exportação dos produtos angolanos, por ser um mercado de mais-valia, dentro do programa de fomento e diversificação da economia.

Explicou que as partes deverão criar um grupo técnico de identificação dos produtos que podem ser exportados para a Europa.

Em princípio, expressou o ministro confiante, Angola tem condições extraordinárias para produzir alimentos que são demandados na zona da UE.

Agenda da videoconferência

Integraram a delegação de Angola à reunião os ministros da Relações Exteriores, Téte António, que a chefiou, da Indústria e do Comércio, Victor Fernandes, o secretário de Estado para a Economia, Mário Caetano João, entre outros representantes de departamentos ministeriais.

Para além de tratar de assuntos de interesse comum, o encontro abordou também a situação política e de segurança na África Central e na Região dos Grandes Lagos, bem como no espaço da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com especial atenção para os assuntos políticos e de segurança.

Tratou igualmente dos aspectos preparatórios da Cimeira União Europeia-África, prevista para finais de Outubro.

A V Reunião Ministerial do “Caminho Conjunto” teve igualmente como ponto da agenda a troca de informações sobre o impacto da pandemia da COVID-19, em Angola, em África, e na Europa (particularmente nos domínios da saúde, da economia e da segurança social).

O futuro da cooperação Angola-UE, tendo por base as prioridades de Angola e da União Europeia, em particular, o Green Deal (Pacto Ecológico Europeu), a digitalização, o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável, a ratificação do Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas e a transição para uma economia de baixo carbono figuraram igualmente da agenda.

A reunião acontece na sequência do programa “Caminho Conjunto Angola-União Europeia”, assinado em Julho de 2012, em Bruxelas, com o intuito de reforçar o diálogo e a cooperação entre as partes, com base em princípios, interesses comuns e vantagens recíprocas. As reuniões ministeriais são uma importante plataforma de alto nível, que se realizam anualmente de forma alternada entre Luanda e Bruxelas, à excepção do presente ano que foi virtual, por força da pandemia da Covid-19.

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