Transmissões televisivas das sessões da AN abrem nova etapa

SEDE DA ASSEMBLEIA NACIONAL (ARQUIVO) FOTO: FRANCISCO MIUDO

SEDE DA ASSEMBLEIA NACIONAL (ARQUIVO)
FOTO: FRANCISCO MIUDO

21 Janeiro de 2020 | 19h50 – Actualizado em 21 Janeiro de 2020 | 19h49

Representantes dos partidos políticos com assento parlamentar afirmaram hoje (terça-feira), em Luanda, que estão preparados para a nova etapa da actividade parlamentar a ser marcada pelas transmissões televisivas das sessões plenárias, em directo, a partir do dia 23 deste mês, no canal 2 da Televisão Pública de Angola (TPA).

O anúncio das transmissões em directo das sessões plenárias da AN foi feito pelo Presidente da República, João Lourenço, na última sexta-feira (17), durante a cerimónia de cumprimentos de ano novo do corpo diplomático acreditado em Angola.

Em declarações à imprensa, no final da conferência dos presidentes dos grupos parlamentares, que tratou dos pormenores da transmissão das plenárias, Manuel da Cruz Neto, deputado do MPLA, disse que o objectivo é permitir aos eleitores escrutinarem melhor o trabalho dos seus representantes e, daí, colherem exemplos das diferenças e opiniões de cada um dos partidos políticos.

“Congratulamo-nos muito com isso, o MPLA sempre desejou que tal facto viesse acontecer para o bem da nossa democracia onde todos possam, efectivamente, participar”, vincou.

Segundo o deputado, os representantes dos partidos políticos com assento parlamentar coincidiram em afirmar que a medida é oportuna e, em princípio, estão preparados para essa nova etapa.“Começamos para não mais parar”, realçou.

Oposição aplaude

Por seu turno, Liberty Chiaka, da UNITA, saudou a decisão do Presidente da República, João Lourenço, “por, finalmente, ter abraçado a luta dos angolanos, em particular, dos partidos políticos”.

Indicou que a Unita, o maior partido da oposição, sempre assumiu a liderança dessa batalha pela efectivação dos direitos de cidadania, pois o direito à informação e o dever de informar devem ser assumidos pelo Estado sem restrições.

Agora, disse, estão criadas as condições para que os partidos políticos tenham um tratamento igual. “Sem a transmissão directa estávamos condicionados pela edição que era feita ao nível dos órgãos de comunicação social”.

“Vamos aproveitar passar, de forma clara, a nossa mensagem e a nossa visão sobre a nova Angola. “Queremos uma Angola verdadeiramente unida, reconciliada, desenvolvida, livre do medo, da pobreza e da corrupção”, expressou.

O presidente da Coligação CASA-CE, Alexandre Sebastião André, indicou que a medida, apesar de tardia, é de louvar, chamando atenção para o profissionalismo dos jornalistas na gestão das imagens no parlamento, ao longo dos debates.

Na sua opinião, as transmissões televisivas das sessões plenárias da Assembleia Nacional vão levar os deputados a adoptar uma nova postura e responsabilidade para com o povo que os elegeu.

Por sua vez, Lucas Ngonda, da FNLA, considerou a medida como um ganho para a democracia angolana, enquanto  Benedito Daniel, do PRS, afirmou que os deputados, fundamentalmente os da oposição, lutaram para concretização das transmissões televisivas, em directo.

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