Teste ao ébola é negativo

Fotografia: Eduardo Pedro

Fotografia: Eduardo Pedro

O último caso suspeito de ébola em Angola, envolvendo uma missionária angolana que apresentava sintomas parecidos aos da doença, deu negativo, disse ao Jornal de Angola um alto funcionário do Ministério da Saúde.

“A paciente foi transferida do Hospital Militar Central de Luanda, onde deu entrada há uma semana, para o Hospital Josina Machel por suspeita de ébola. Os resultados laboratoriais revelaram que tinha malária e está a recuperar positivamente”, disse a fonte.
As autoridades angolanas, de acordo com a fonte, enviaram para a África do Sul amostras de sangue colhidas à paciente,  por uma questão de precaução, por ser um dos dois países no continente com laboratório de nível quatro autorizado a fazer análises de alto risco, como a do vírus do ébola.
Os laboratórios de nível de biossegurança quatro, também chamados de contenção máxima, só funcionam com equipas que devem ter uma formação específica para a manipulação de agentes infecciosos extremamente perigosos.
O acesso ao laboratório deve ser rigorosamente controlado por sistemas automatizados e a sua instalação deve estar localizada numa área controlada e totalmente isolada de todas as outras.
Nem todos os países têm laboratório de nível quatro. No continenteafricano, por exemplo, só existem dois, um em Joanesburgo, África do Sul, e outro em Dacar, capital senegalesa.
A China só agora é que começou a criar a primeira infra-estrutura do género.  A criação do laboratório chinês de alta segurança enquadra-se nas medidas para fazer face ao ébola.  O caso da missionária angolana é um dos quatro suspeitos registados no país desde o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Agosto passado, sobre a possível expansão inter-fronteiriça da epidemia do ébola.

Suspeita infundada

Desde então o Governo Provincial de Luanda, através da Direcção de Saúde, tem coordenado esforços para a formação de quadros, sensibilização social e orientação para o apetrechamento das estruturas sanitárias.
A missionária angolana, residente em Paris e que apresentou sintomas idênticos aos da doença, esteve dias antes em Brazzaville e na República Democrática do Congo. A missionária deu entrada, sexta-feira passada, no Hospital Militar Central, com sintomas semelhantes aos do ébola, mas os primeiros testes realizados acusaram malária, disse uma das médicas que a assistiu.
A  médica Maria Lina Antunes disse que a missionária angolana, que acorreu aos serviços de urgência do Hospital Militar Central, vive  em França, há sete anos, e que, no decurso de uma viagem que fez, com escala em Brazzaville, Kinshasa e Cabinda, com destino a Luanda, terá contactado na capital da República Democrática do Congo com uma doente com febre, que as autoridades congolesas suspeitaram tratar-se de ébola.
De acordo com a médica, dias depois de chegar a Angola,  a missionária começou a sentir-se mal, com febres e náuseas, tendo recorrido imediatamente ao Hospital Militar Central.
A resposta dos profissionais de saúde do Hospital Militar Central, segundo a médica, “foi boa”, porque permitiu  identificar um caso febril que teve um trajecto iniciado num dos países afectados pelo vírus do ébola, a República Democrática do Congo. Maria Lina Antunes salientou que as equipas de resposta rápida, vigilância epidemiológica e vigilância clínica foram accionadas em tempo útil e, por precaução, isolaram a doente para colher sangue.
“Para nossa tranquilidade, os  técnicos já identificaram um caso de  malária entre as pessoas que tiveram contacto com a missionária, o que nos leva a crer de que se tratou de uma falsa suspeita”, disse a médica.

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