Tecnologia germânica é útil para a economia angolana

Fotografia: Kindala Manuel

Fotografia: Kindala Manuel

Angola quer absorver a tecnologia e experiência alemãs na gestão das micro, pequenas e médias empresas e na construção de infra-estruturas para impulsionar o desenvolvimento de projectos enquadrados no Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017, disse ontem o ministro da Economia, Abraão Gourgel.

Ao discursar no sexto Fórum Económico Angola-Alemanha, que decorreu em Luanda, o ministro manifestou a vontade do Executivo em estabelecer uma cooperação económica com a Alemanha, incluindo parcerias público-privadas. “Angola espera da Alemanha o desenvolvimento da cooperação técnica na área da gestão de projectos e a fiabilidade do compromisso de longo prazo no sector das tecnologias.”

O governante considerou crucial a cooperação entre os dois países, com parcerias comerciais de longo prazo e investidores de confiança que adoptem padrões internacionais de qualidade. “É importante que se criem oportunidades de formação e qualificação com a força de trabalho angolana”, acentuou.

O ministro da Economia apelou para o desenvolvimento de projectos conjuntos de escala internacional e investimentos de bancos alemãs de referência em Angola, assegurando o financiamento de projectos privados.

“Queremos parcerias que favoreçam as empresas dos dois países nos sectores mineiro, da indústria petroquímica, saúde e construção civil, formação profissional, prospecção, exploração e transformação dos recursos naturais em matérias-primas.” Para Abraão Gourgel, a Alemanha pode estabelecer os negócios em Angola com total respeito pela propriedade privada, garantida  pela Constituição.

No que toca à desburocratização administrativa para a criação de empresas, o ministro da Economia assinalou os avanços na constituição de sociedades comerciais com o novo licenciamento.

Abraão Gourgel recordou que foi aprovada, em Conselho de Ministros, a redução dos encargos legais para a constituição das sociedades comerciais, de 500 mil kwanzas para dez mil kwanzas. No que respeita ao licenciamento comercial destacou a redução do tempo de emissão do alvará comercial de 68 dias para oito dias.

Está também em curso o programa de reconversão da economia informal, que pretende facilitar o acesso ao crédito para o segmento da população mais vulnerável e capacitar os empreendedores, referiu o ministro.

“O programa de deslocalização e internacionalização de empresas visa atrair firmas estrangeiras para o ramo industrial, agrícola e de serviços produtivos para Angola através da constituição de parcerias, beneficiando de solo industrial e desburocratização administrativa”, ressaltou o ministro da Economia.

Trocas comerciais

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steimeier, disse que o seu país quer fortalecer a cooperação com Angola, apesar de as trocas comerciais atingirem no ano passado apenas 100 milhões de dólares.

“Estou convencido de que o fórum económico vai amadurecer a cooperação entres empresários dos dois países e permitir que mais empresas alemãs invistam em Angola”, acentuou Steimeier. O chefe da diplomacia alemã disse que a cooperação económica entre os dois países está ainda numa fase embrionária, mas a actuação dos alemães vai estar voltada para o reforço dos investimentos visando o crescimento da economia angolana.

O ministro alemão, que realiza uma visita de três dias a Angola, manteve na terça-feira em Luanda um encontro com os investidores alemães.

Supressão de vistos

Angola e Alemanha negociam acordos para a supressão de vistos em passaportes de serviço para facilitar a entrada de empresários alemães no país, garantiu ontem, em Luanda, o ministro das Relações Exteriores.

Georges Chikoti falava à imprensa depois de um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. Afirmou que entre os dois países existe um ambiente favorável para o início da execução do acordo. O ministro das Relações Exteriores disse que a intenção é aumentar o número de quadros angolanos formados na Alemanha e de empresas alemães em Angola.

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