Taxa de juros é mantida com a subida do crédito
O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) manteve os juros na semana passada, uma decisão baseada na evolução com base nos indicadores macroeconómicos do mês de Setembro, anuncia um comunicado consultado ontem pelo Jornal de Angola.
O documento acrescenta que os outros indicadores que favoreceram a decisão de manter os juros foi o crescimento do crédito à economia de 13,61 por cento em termos acumulados de 2015 e um volume de transacções cambiais de 1.846 milhões de dólares.
Em Setembro, os bancos comerciais adquiriram 1.590 milhões de dólares ao BNA e 256 milhões aos seus clientes. A taxa de câmbio média de Setembro depreciou em 7,57 por cento face a Agosto, ficando em 135,304 kwanzas por dólar.
O documento declara que, na sua última reunião, o CPM manteve a sua taxa básica de juro em 10,50 por cento e as taxas da facilidade permanente de cedência e de absorção de liquidez em 12,50 por cento e 1,75 por cento.
Dados disponíveis no Jornal de Angola indicam que a decisão de manter os juros interrompe um ciclo de aumentos que ocorreu de forma consecutiva a partir de Junho, quando estas remunerações estavam situadas em 9,75 por cento e 10,05 por cento. A taxa básica de juro evoluiu de 8,75 por cento em Julho de 2014, depois de um corte de meio ponto percentual, para 9,00 por cento em Outubro daquele ano, 9,25 por cento em Março e 9,75 por cento em Junho último.
Numa reunião extraordinária, realizada em meados de Setembro, o BNA elevou de zero para 1,75 por cento a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, à qual enxuga os excessos de liquidez dos bancos comerciais.
O comunicado afirma que, para a manutenção dos juros, contribuíram factores como a taxa de inflação de Setembro em Luanda, a qual foi de 1,22 por cento, superior em 0,07 pontos percentuais à do mês anterior, e a de 12 meses foi de 11,66 por cento, superior em 0,65 por cento à de Agosto.
A classe de “Alimentação e bebidas não alcoólicas”, com 0,57 pontos percentuais, foi a que mais contribuiu para a inflação registada em Setembro, enquanto a de “Saúde” e “Bebidas alcoólicas e tabaco” foram as que mais variaram, com 2,63 por cento e 1,96 por cento. Nas outras províncias onde a inflação é medida pelo Instituto Nacional de Estatística, a de Cabinda foi a que registou a taxa de inflação mensal mais baixa, com 0,69 por cento, e Luanda a que teve maior variação. A taxa LUIBOR “Overnight” (um dia) de Setembro atingiu uma média de 11,81 por cento e, nas maturidades de três e 12 meses, 11,50 por cento e 11,65 por cento, nota o comunicado do Comité de Política Monetária (CPM).