Surgimento da pandemia fez crescer infra-estruturas no sector da Saúde

Dois anos depois do surgimento da pandemia da Covid-19 em Angola, o Executivo tem dado prioridade à construção de infra-estruturas que dão suporte a doenças crónicas não transmissíveis, concretamente, as renais, pulmonares e cardíacas, bem como a compra de mais medicamentos antimaláricos, antirrectrovirais e tuberculostáticos.

Segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, além da construção de hospitais, que servem para gerir endemias e pandemias, re-gista-se a empregabilidade de mais de 25 mil funcionários, entre médicos, enfermeiros, tecnologistas da saúde e administrativos.

Franco Mufinda disse desconhecer ainda o valor investido no sector da Saúde, nos últimos dois anos, mas enaltece que a pandemia foi controlada com ajuda da vacinação e medidas de protecção individual, que muitos cidadãos conseguiram cumprir.

O dirigente referiu que o Governo soube desde muito cedo implementar as medidas de prevenção individual e colectiva, com a forte liderança do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.

O pico da Covid-19 no país foi entre os meses de Dezembro de 2021 e Fevereiro de 2022, com a circulação da variante Ómicron, mas, garante o governante, a situação já está controlada. Até ao momento, o país registou mais de 99 mil casos confirmados, 1.900 óbitos e acima de 97 mil pacientes recuperados.

Franco Mufinda revelou que a taxa de contaminação actualmente é de 0,1 por cento, a de óbito está em 1,9 por cento e a de pacientes recuperados é de 98,0 por cento.

O número de pessoas vacinadas com uma dose é de 11.539.051, o que corresponde a uma cobertura de 55,60 por cento da população alvo. As pessoas que receberam a dose completa são 5.935.473, correspondendo a 28,60 por cento, sendo que o total de doses administradas contra a Covid-19 é de 17.378.716.

Primeiros casos

Os dois primeiros casos positivos da Covid-19 no país foram detectados em Luanda, a 21 de Março de 2020. Os infectados são cidadãos nacionais do sexo masculino, tinham então 36 e 38 anos e acabavam de regressar à capital, vindos de Portugal, nos voos da TAAG dos dias 17 e 18.

Na altura, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, informava que Angola estava oficialmente entre os países que conviviam com o vírus Sars-Cov-2, num período em que o mundo já contava com mais de 20 mil óbitos e 400 mil casos, desde a primeira infecção, em Dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China.

Nove dias depois da confirmação dos primeiros casos positivos em Angola, a ministra da Saúde anunciou, a 29 de Março, as primeiras vítimas mortais associadas à Covid-19: dois cidadãos nacionais, com 59 e 37 anos.

Sílvia Lutucuta explicou que as vítimas mortais residiam em Portugal e chegaram a Angola no dia 12 e 13 de Março, respectivamente, tendo sido internados na Clínica Girassol. O cidadão de 59 anos teve um quadro evolutivo muito rápido da doença, associada à insuficiência respiratória. O segundo caso, de 37 anos, esteve internado durante sete dias, acabando por falecer.

O vírus no país

A Organização Mundial da Saúde (OMS), citada pela directora-geral do Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS), Joana Morais, avalia que o comportamento do vírus em Angola não teve muita diferença dos demais países, apresentando características e um processo evolutivo semelhantes.

Em relação ao controlo e combate à Covid-19 em Angola, a directora-geral do INIS disse que o sucesso  deveu-se a medidas sanitárias e jurídicas criadas e impostas pelo Executivo, desde o início da pandemia.

As medidas impostas ao longo dos dois anos permitiram conter e cortar de forma eficaz a propagação do vírus, sem, no entanto, atingir números elevados, quando comparados com outras realidades. O combate à Covid-19 em Angola, referiu, superou as expectativas e recebeu elogios a nível internacional, devido às medidas de vigilância epidemiológica acertadas.

Além das medidas sanitárias implementadas, referiu, a comunicação entre  o Executivo, os profissionais de Saúde e a população permitiu o alcance de um resultado positivo.

“É claro que sentimos todos a pressão causada pela pandemia, desde as dificuldades no acesso aos materiais para o combate, nomeadamente, equipamentos de diagnósticos, biossegurança, e outros”, disse.

Situação actual

Hoje, é possível observar dias consecutivos sem registo de óbitos associados à Covid-19 e notar baixas taxas de incidência de casos novos, fruto de muito trabalho feito por todos angolanos, disse Joana Morais. “Todavia, é necessário não perder o foco da luta”, pediu.

A médica realçou que é preciso estar atento para se evitar a introdução de eventuais variantes que ainda não tenham circulado em Angola, para se conseguir manter a situação controlada, o equilíbrio e o espírito de trabalho na vigilância epidemiológica.

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