Sudoeste africano com programa de combate à seca

Um projecto avaliado em 11,9 milhões de dólares, para a construção de resiliência às adaptações climáticas nas comunidades do sudoeste de África (ADSWAC), afectada pela seca, foi lançado esta terça-feira, em Luanda.

Uma parceria entre a Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) e a Ajuda ao Desenvolvimento de Povo para Povo (DAPP) da Namíbia, o projecto, financiado pelo Fundo de Adaptação e implementado pelo Observatório Sahara e Sahel (OSS), vai promover a agricultura resistente ao clima e a gestão de água, a diversificação dos meios de subsistência, o acesso à informação e a sensibilização sobre o clima.

O projecto ADSWAC, de cinco anos, visa aumentar a capacidade de adaptação e a resistência das comunidades ao impacto das alterações climáticas, especialmente a seca na região transfronteiriça entre Angola e a Namíbia.

Irá trabalhar com 160 organizações de produtores locais e igual número de associações de utilizadores de água em comunidades fronteiriças entre esses dois países vizinhos.

A coordenadora do departamento climático do OSS, Khaola Jaoui, disse que as comunidades do rio Okavango, no norte da Namíbia e sul de Angola, serão apoiadas para desenvolver e implementar os Planos de Acção de Adaptação Comunitária, que vai atingir 140 mil pessoas.

Explicou que o objectivo do projecto é aumentar a capacidade de adaptação e a resiliência das comunidades vulneráveis aos impactos ambientais e variedade das alterações climáticas, especialmente a seca na região transfronteiriça entre Angola e a Namíbia.

Disse que a OSS procura também aumentar o seu apoio aos esforços nacionais para abordar e adaptar as populações e os ecossistemas mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, através de outro projecto financiado pelo Fundo Verde para o Clima, num total de 10 milhões de dólares.

Em relação a este projecto, o objectivo é capacitar as mulheres que desempenham um papel activo na adaptação às alterações climáticas a nível local, aumentar a resistência das comunidades aos riscos das alterações climáticas e reduzir a vulnerabilidade à insegurança alimentar  e nutricional.

Para o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola, Filipe Zau, a implementação do projecto ADSWAC representa o materializar de uma parceria directa com a sociedade e assegurar a colaboração e empenho do sector.

Já a presidente do Conselho de Administração da ADPP Angola, Rikke Vihon, disse que as alterações climáticas não conhecem fronteiras, pelo que a resposta da organização não terá  fronteiras.

Frisou que o apelo à adaptação climática é urgente e a acção deve basear-se nas capacidades das pessoas que vivem com os efeitos das alterações climáticas.

A fronteira entre Cuando Cubango, no sul de Angola, e Okavango/Kavango, no norte da Namíbia, é um corredor transfronteiriço dominado pelas terras secas hiperáridas, áridas e semi-áridas.

FacebookTwitterGoogle+