Seguro de importação é feito no país

Fotografia: Miqueias Machangongo

Fotografia: Miqueias Machangongo

O seguro de importação de mercadorias passa brevemente a ser feito em Angola, contrariamente ao que acontece hoje com as transacções exteriores, assegurou sexta-feira, em Luanda, o presidente do conselho de administração da Agência Reguladora de Seguros e Fundos de Pensões (ARSEG), a instituição que lidera esta iniciativa.

Aguinaldo Jaime, que preside à administração da ARSEG, prestou esta informação no acto de lançamento da nova seguradora nacional – a Royal Seguros, SA, e admitiu também a criação de uma empresa angolana de resseguros, para o qual vão ser chamados a participar todos os operadores do mercado segurador, visando reter no mercado riscos que hoje são ressegurados no exterior sobre os recursos do país em moeda externa.
O presidente do conselho da administração da ARESG considera sinónimo de coragem e de confiança, a Royal Seguros lançar uma instituição financeira num momento em que a economia angolana sofre forte pressão para adquirir cambias. “Faz acreditar que a situação vai passar rapidamente e Angola vai retomar o caminho sustentável”, assegurou.
Aguinaldo Jaime revelou que o mercado de seguros tem estado a registar um crescimento sustentável, sendo já contabilizadas no mercado 21 empresas, um elemento que coloca desafios para o órgão regulador, para os operadores e para os consumidores. Conforme referiu, o órgão regulador tem responsabilidades de assegurar um ambiente de concorrência salutar aos operadores do mercado e, para tal, aconselha serem necessárias leis justas que salvaguardem os interesses da economia e que protejam os consumidores.
A ARSEG, sublinhou Aguinaldo Jaime, vai incidir a sua acção na missão de dialogo com os operadores, através da associação em que estão congregados, no sentido de se tomarem considerações das últimas expectativas aos interesses de todos. O órgão regulador tem responsabilidade perante um mercado em crescimento e tomar medidas atractivas deve ser o lema, para se evitar riscos que possam trazer consequências desastrosas.
A secretária de Estado do Ministério das Finanças, Valentina Filipe, disse que a nova instituição financeira vai contribuir para o fortalecimento do mercado segurador, numa altura em que o sector regista uma evolução e apresenta indicadores consideráveis e positivos. Actualmente, o volume de prémios do sector está avaliado em 103 mil milhões de kwanzas, com um montante de indemnizações de seguros directos na ordem de 39 mil milhões de kwanzas. Valentina Filipe reconhece que a taxa de penetração é ainda incipiente e, também, há muito caminho a percorrer para que o acesso aos produtos das operadoras se torne uma realidade. O seguro constitui hoje um instrumento de promoção e captação de poupanças, o que incentiva o investimento privado nacional e estrangeiro, permite alcançar níveis elevados de actividade económica e estimula a inovação.
Para a secretária de Estado das Finanças, um dos papéis do seguro “é garantir a sustentabilidade dos mercados financeiros e de capitais, porque a geração de poupanças mediante a agregação de prémio de seguro, faz deste sector financeiro uma referência positiva e possibilita a concepção de liquidez para longo prazo”.
“As seguradoras promovem a mobilização de poupanças para reduzir custos de transacção e criar liquidez para o investimento de longo prazo, e a soma de pequenas quantias dos vários clientes possibilita o financiamento de projectos, particularmente  em infra-estruturas, com impacto positivo na expansão da economia nacional”, referiu Valentina Filipe.
O presidente da Royal Seguros, Bernardo Francisco, disse que a  nova seguradora vai apresentar serviços de real valor, criando postos de trabalho e produtos nos ramos de seguro de vida, seguro de incêndio, de riscos, de habitação, de automóvel, construção, engenharia, de transporte, agricultura e viajem, entre outros.

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