Sectores extra MIREX gastam USD 88 milhões

MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE ANGOLA, MANUEL AUGUSTO
FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO
26 Novembro de 2019 | 21h51 – Actualizado em 26 Novembro de 2019 | 21h51
O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, informou nesta terça-feira, em Luanda, que Angola gasta perto de USD 88 milhões por ano, para manter funcionais sectores alheios ao seu departamento ministerial.
“Neste momento, os sectores extra Relações Exteriores, como o comércio, defesa, saúde, pescas, agricultura, imprensa, cultura e educação, nas embaixadas, gastam tanto ou mais que as Relações Exteriores”, afirmou o ministro Manuel Augusto.
Explicou que o Ministério das Relações Exteriores (MIREX), depois de um acordo com o Ministério das Finanças, tem enviado às missões diplomáticas um valor fixo.
Se este valor for mantido, disse, passarão a enviar, às missões diplomáticas, 100 milhões de dólares, a partir de 2020.
“Actualmente, as Finanças transferem USD 25 milhões como valor mínimo para as despesas de funcionamento das embaixadas, pagamento de rendas, salários, saúde e outras despesas”, precisou Manuel Augusto.
Angola possui, presentemente, 76 embaixadas espalhadas pelo mundo, sendo que um total de 250 funcionários dessas missões não são quadros do MIREX.
Segundo o titular do MIREX, o custo médio de um funcionário, fora do país, está na ordem dos 25 mil a 26 mil dólares americanos e varia de região para a região.
“Para quem trabalha em África, o custo médio é de USD 18 mil, na Europa a média é de 23 a 24 mil, na Ásia de 31 mil e na América é de 28 mil dólares por cada quadro”, vincou.
“Quando se olha para as despesas no exterior, está-se a falar das relações exteriores, mas, não é bem assim”, sublinhou o chefe da diplomacia angolana.
No entender de Manuel Augusto, deve haver um esforço dos outros sectores para a redução das despesas, já que só o MIREX gasta 100 milhões de dólares/ano.
“Será que precisamos de ter adidos militares em todos os países, adidos culturais em todas as embaixadas?”, questionou o governante perante os deputados.
Antes do encerramento das representações comerciais, em alguns casos, a área controlava entre 10 a sete funcionários, número considerado pelo Chefe da diplomacia angolana, suficiente para pôr em funcionamento uma Embaixada.