Secretário de Estado defende regulação dos conteúdos usados nas redes sociais

SECRETÁRIO DE ESTADO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL, CELSO MALAVOLONEKE FALA SOBRE O 4º PODER E OS DESAFIOS DAS REDES SOCIAIS FOTO: HENRI CELSO

SECRETÁRIO DE ESTADO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL, CELSO MALAVOLONEKE FALA SOBRE O 4º PODER E OS DESAFIOS DAS REDES SOCIAIS
FOTO: HENRI CELSO

11 Maio de 2018 | 03h16 – Actualizado em 10 Maio de 2018 | 23h56

O secretário de Estado da Comunicação Social, Celso Malovoloneke, defendeu quinta-feira , em Luanda, a regulação dos conteúdos a serem usados nas redes sociais, de maneira que o direito de informar e ser informado, não colidam com o direito a personalidade, ao bom nome, a boa imagem e a privacidade do indivíduo.

Em declarações à imprensa após a apresentação do tema “O 4º poder e o desafio das redes sociais”, o governante referiu que, caso exista a possibilidade de colisão entre os direitos da mesma hierarquia, torna-se necessário uma regulação.

Para o responsável, as redes sociais são um fenómeno novo e bons instrumentos que trazem imensos benefícios á sociedade, mas o seu uso para actos incorrectos como tráfico de seres humanos, terrorismo e o “assassínio de reputações”, faz com que seja preciso normas para o seu exercício normal em toda  sociedade.

Por este facto, Celso Malovoloneke que falava à luz da mensagem do Papa Francisco intitulada “A verdade vos libertará”, “Fake News” e o jornalismo da Paz, referiu que por ser um fenómeno novo, as sociedades mais avançadas estão ainda a procura de mecanismos que realmente consigam repor o equilíbrio necessário e desejável entre o usufruto de todos os poderes e deveres.

“É uma fórmula que ainda está a ser procurada”, referiu.

Na sua prelecção, o secretário do Estado, Celso Malovoloneke, abordou que a comunicação humana em geral, e em particular a informação e o jornalismo, sofreram transformações radicais com advento da internet.

Com a internet, as redes sociais juntaram os jornalistas com nome e rostos aos actores anónimos, sem formação específica e qualquer compromisso formal com a ética e a deontologia que têm o mesmo acesso e a mesma capacidade de intervenção com grande impacto no processo de produção de notícia, facto que  origina as “Fake News”.

O secretário de Estado aponta como grande desafio a ter em conta, face as notícias falsas, o exercício de um jornalismo de paz baseado na ética, na interpelação da consciência e nos valores morais.

Por sua vez, o Bispo de Benguela Dom António Jaka fez uma análise da mensagem do Papa Francisco em alusão a comemoração do dia mundial da Comunicação Social, onde referiu que o jornalismo digital deve seguir a mesma regra do tradicional, uma vez que as redes sociais estão cheias de informações difíceis de se confirmar.

O Bispo disse ainda que o melhor antídoto para contrapor as “Fake News” ou notícias falsas, não são as estratégias, mas sim as pessoas educadas de maneira a poder discernir o que é verdade e que é falso.

No âmbito ainda das celebrações do dia mundial das Comunicações Sociais, a comissão episcopal da Comunicação Social da (CEAST), vai ainda promover no dia 12, uma mesa redonda sobre a mensagem do Papa, no auditório Conégo Manuel das Neves.

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