Saúde Pública quer calendário de vacinação completo
A directora Nacional de Saúde Pública, Helga Freitas, recomendou, esta segunda-feira, em Luanda, aos pais de crianças menores de cinco anos a completarem o calendário de vacinação por formas a mantê-las seguras e saudáveis contra as 13 principais doenças preveníveis, sobretudo a poliomielite.
Hoje celebra-se o Dia Mundial da Erradicação da Poliomielite, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e organizações que apoiam o combate desta doença a nível mundial.
A propósito da data, a responsável referiu que uma das formas de evitar as complicações da poliomielite ou mesmo a morte é pela vacinação, exortando os encarregados de educação a dirigirem-se à unidade de saúde mais próxima de sua residência para efectuá-la.
No calendário vacinal todas as vacinas têm a sua importância, porém, destacou, em declarações à ANGOP, como fundamental e prioritárias a poliomielite, sarampo, doenças diarreicas, respiratórias, meningite, tuberculose e a hepatite B.
Helga Freitas deu conta dos avanços e conquistas contra a poliomielite a nível global, regional e nacional, considerando a data como um dia de reflexão sobre a manutenção deste ganho no mundo e em particular em Angola.
De acordo com Helga Freitas, Angola eliminou a circulação do vírus selvagem da poliomielite a cerca de 11 anos, tendo registado o último caso no dia 7 de Julho de 2011, no município de Quimbele, na província do Uíge.
Realçou que a documentação completa e a certificação da eliminação da poliomielite em Angola foi aprovada pelo Comité Regional Africano de erradicação desta doença em Novembro de 2015.
Segundo Helga Freitas, o país tem um sistema nacional de vigilância epidemiológica da pólio baseado nas amostras das paralisias flácidas que permite investigar cada caso suspeito para ser enviado ao laboratório regional desta doença.
Esta colheita, afirmou, é feita regularmente e desde o dia 8 de Julho Angola não regista amostras positivas da poliovirus selvagens.
Adiantou que são também colhidas amostras dos esgotos para detectar o poliovirus no meio ambiente com resultados negativos desde o mesmo período até a presente data.
Campanha de vacinação
A directora nacional anunciou que, em Novembro deste ano, será realizada a segunda fase da campanha de vacinação contra a pólio e o sarampo, com o intuito de vacinar mais de três milhões de petizes menores de cinco anos nas províncias de Luanda, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Huíla, Cuando Cubango, Moxico, Huambo, Namibe e Cunene.
Para a fonte, Luanda, Benguela e Lunda Norte são as províncias de maior risco em Angola.
Durante a pandemia da covid-19 verificou-se uma redução da cobertura de vacinação de rotina em todo o mundo e por este motivo está a ser intensificado, em Angola, vários trabalhos ligados a campanhas de bloqueio contra a pólio e o sarampo.
Em 2022 foi realizado a primeira fase de uma campanha contra a pólio e o sarampo em oito províncias do país, nomeadamente Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Uíge e Zaire, tendo sido vacinadas mais de mil e 620 mil crianças, menores de cinco anos.
Fez saber que não existem medidas de segurança para prevenir a poliomielite, e a única maneira de bloqueio é a vacinação do grupo alvo, os menores de cinco anos de idade.
Pólio no Mundo
Em Fevereiro de 2022 foi notificado um caso de poliovirus selvagem no Malawi e em Moçambique, ambos casos importados do Paquistão, mas felizmente não houve progressão da doença e para responder a esta emergência, estes países e os vizinhos vacinaram cerca de 22 milhões de crianças contra a poliomielite.
Em 1968 a nível global se iniciou a erradicação da poliomielite por terem sido notificados 350 mil casos.
Actualmente existem no mundo apenas dois países endémicos de poliomielite o Paquistão e Afeganistão, tendo registado, em 2021, apenas 6 casos.
O movimento global para erradicação desta doença permitiu uma redução no número de casos superior a 99 por cento.