Retoma do gás este ano
A fábrica de Gás Natural e Liquefeito (Angola LNG) retoma a produção no final deste ano, aoós a conclusão da montagem dos novos equipamentos, garantiu a administradora da Sonangol para Refinação, Gás Natural e Geração de Energia e Petroquímica.
Ana da Costa, que fez o anúncio à comunicação social por ocasião do 39º aniversário da companhia, lembrou que a fábrica está paralisada há cerca de dez meses devido a um incidente que afectou a maioria dos equipamentos e obrigou à suspensão de toda a produção.
O projecto Angola LNG, o maior investimento realizado em Angola, está avaliado em cerca dez mil milhões de dólares. A fábrica, capaz de produzir 5,2 milhões de toneladas por ano e armazenar 360 mil metros cúbicos de gás natural liquefeito, fez a primeira exportação de gás natural em Junho de 2023, para o Brasil.
Ana da Costa sublinhou que com a retoma da Angola LNG se espera um aumento da produção de gás liquefeito a partir deste ano proporcionado pelo funcionamento projectos associados. A Sonangol, garantiu, vai dar continuidade à construção das infra-estruturas da refinaria do Lobito que deve ficar concluída até 2018.
O empreendimento, instalado em de 3.805 hectares, permite processar diariamente cerca de 200 mil barris e criar dez mil postos de trabalho directos e indirectos. A Sonangol cortou 25 por cento na carteira de investimentos prevista para este ano, mas prevê executar todos projectos perspectivados até 2020, declarou o presidente do Conselho de Administração. Francisco de Lemos referiu que “a contenção de gestos abrange apenas questões pontuais e não afecta os negócios da empresa”. “Vamos reduzir em 25 por cento o orçamento previsto, o que equivale a mil milhões de dólares”, revelou.
A Sonangol deve registar uma produção média anual de dois milhões de barris por dia até 2017, com a entrada em funcionamento de projectos de grande dimensão, como Caombo, Cameia e Pólo Este.
Este ano são licitados dez blocos em terra nas Bacias no Congo e Cuanza, 15 novos blocos em águas profundas da bacia do Congo, Cuanza e Namibe. Para 2020 é esperada auma quota de produção própria de 20 por cento contra os actuais 13 por cento. O país exportou durante o ano passado mais de 250 milhões de barris de petróleo, o que rendeu ao Estado mais 24 mil milhões de dólares. Para isso concorreram todas as ramas produzidas em Angola com preço médio de 96 por barril, declarou Anabela Fonseca, administradora para os Activos e Investimentos Internacionais.
A China foi o país que mais comprou petróleo a Angola, mais de 116 milhões de barris, seguida da Índia, mais de 33 milhões, Espanha, mais de15 milhões, Canadá, mais 15 de milhões e Taiwan, mais de 14 milhões de barris de petróleo.
O maior destino das exportações, referiu, foi a Ásia, mais de 169 milhões barris. Os Estados Unidos, dos maiores clientes em 2014, compraram apenas três por cento das exportações angolanas, perto de sete milhões de barris.
Angola também vendeu produtos refinados, como gasóleo, gasolina, gás butano e jet, nafta e fuel. Estas exportações resultaram em receitas de 700 milhões de dólares, de um total exportado de 1,061 milhão de toneladas métricas. As exportações fuel, declarou, constituíram 67 por cento das vendas ao estrangeiro, que tiveram como destino São Tomé e Príncipe, Estados Unidos, Japão e Holanda, França e Austrália.
A Sonangol refinou em 2014 cerca de 16 milhões de barris de petróleo. A produção situa-se agora em 1,8 milhões de barris, com reservas estimadas em 3,5 mil milhões. A companhia investiu no ano passado mais de cinco mil milhões de dólares, a maioria dos quais canalizado para o segmento de exploração e produção e aquisição de participações em novos blocos. O restante, disse Francisco de Lemos, destinou-se ao segmento de refinação e transporte, logística e distribuição, bem como a negócios não nucleares no segmento corporativo.
Contas
Dados provisórios de 2014 revelam que a Sonangol vendeu e prestou serviços na ordem de mais de 36 mil milhões de dólares, menos 12 por cento do no ano anterior.
O administrador para o Desenvolvimento Corporativo, Fernando Mateus, revelou que este volume de vendas e prestação de serviços resultou sobretudo da comercialização de petróleo. Os custos operacionais da Sonangol no ano passado estão calculados em mais 15 mil milhões de dólares e a liquidez gerada pelas operações da empresa situou-se em seis mil milhões de dólares, 13 por cento menos do que em 2013.
Os resultados operacionais foram superiores a três mil milhões de dólares contra os cinco milhões em 2013. Fernando Mateus revelou que o total de activos ascendeu a 35 mil milhões de dólares.
“Este aumento do capital fixo deve-se aos investimentos da Sonangol na participação dos blocos 15, 32, 21 e 9 e estamos a prever a ocorrência de imparidades nos negócios Sonangol na ordem dos 700 milhões de dólares”, disse, mas avisou que a variação do preço do petróleo pode pesar nos resultados. O capital próprio da Sonangol foi de 20 mil milhões de dólares, oito por cento mais do que em no ano anterior.