Redução das importações acelera a produção interna
Os angolanos devem dar passos firmes no sentido de tornarem a economia nacional menos vulnerável à volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional, defendeu, em Luanda, o economista e professor titular da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto Manuel Nunes Júnior.
Em declarações no final de uma palestra sobre “a redução do preço do petróleo no mercado internacional e a diversificação da economia”, dirigida a jornalistas, o docente ressaltou que para tal se deve diversificar cada vez mais a economia. Considerou necessária a criação de condições para acelerar o processo de diversificação da economia, com a diminuição das importações, sobretudo de bens de consumo.
Para Manuel Nunes Júnior, esses bens devem ser produzidos no país, através do aumento da produção doméstica. “Se a produção doméstica desses produtos aumentar, a procura de divisas para a importação desses bens diminui. Logo, a procura por divisas é mais para matérias-primas e bens de equipamento”, disse.
O economista salientou que, com este factor, há muitos ganhos, como a economia de divisas e o aumento de postos de trabalho, porque produzindo internamente aumenta a oferta de trabalho, de rendimentos, de consumo das pessoas e o crescimento económico. “Só temos vantagens ao aumentar a produção nacional e com este aumento exportarmos aquilo que for possível, os produtos que estejam em condições de exportação e, por esta via, termos um canal adicional de divisas para o nosso país”, disse.
O Orçamento Geral do Estado revisto para 2015, explicou, prevê, para este ano, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 6,6 por cento, contando com o aumento do sector petrolífero apoiado pelo sector não petrolífero. Quanto ao modelo a adoptar para o desenvolvimento agrícola para rápida diversificação da economia, Manuel Nunes Júnior disse ser preciso considerar a agricultura familiar, por ser importante para o combate à fome e à pobreza e aumentar os rendimentos da população rural.
O professor titular da Universidade Agostinho Neto considerou necessário que se considere que a agricultura comercial, como as grandes fazendas, vão permitir a produção em grande quantidade de produtos alimentares. Isso, argumentou o economista, permite a substituição de importações de produtos que hoje são importantes para o consumo popular.