Produtores projectam suprir défice da oferta de petróleo
Angola junta-se a um grupo de produtores africanos de hidrocarbonetos que, em meados de Maio, reúne-se em Luanda, no 8º Congresso de Exposição de Petróleo de África, para adoptar uma abordagem comum sobre a forma de aproveitar a favor do continente o momento de quebra dos fornecimentos no mercado internacional.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, lidera a discussão, ao lado dos homólogos do sector dos hidrocarbonetos da África do Sul, Costa do Marfim, Ghana e Níger, respectivamente, Samson Gwede Mantashe, Thomas Camara, Matthew Prempeh e Samson Manta-she, assim como do secretário-geral da Associação Africana dos Produtores de Petróleo (OAPP, sigla em inglês), Omar Ibrahim.
Os debates ocorrem em torno da procura de formas para desbloquear o potencial de petróleo e gás de África, enquanto um imperativo contra o cenário do conflito na Ucrânia e a crise de fornecimento de petróleo, gasóleo e gás.
Esses acontecimentos, consideram os produtores africanos, tornam insustentável a dependência europeia da energia russa, criando uma grande oportunidade para a África se posicionar como uma opção crucial para aumentar o fornecimento aos mercados globais de energia, apesar da persistência de desafios ligados à dificuldade de aumentarem repentinamente a produção, devido ao défice de infra-estruturas, finanças e tecnologia.
Países com grandes recursos de gás natural, como Angola, Argélia, Líbia e Nigéria, têm redes limitadas de gasodutos, refinarias, molhes, terminais e portos, além de que o incentivo ao investimento estrangeiro é muitas vezes dificultado por factores de risco, incluindo instabilidade política, insegurança local e instituições financeiras que transferem investimentos dos combustíveis fósseis para os renováveis.
Também, garantir a tecnologia mais recente para facilitar o desenvolvimento de conteúdo local provou ter um custo tido como “proibitivo”, dada a dependência na propriedade intelectual estrangeira e a contínua fuga de cérebros do capital humano local.
O congresso, organizado pela OAPP e o Governo angolano, conta com a participação de especialistas da indústria dos hidrocarbonetos, incluindo representantes de companhias nacionais de petróleo, além de Angola, dos Camarões, Chade, Costa do Marfim, RDC, Nigéria e Guiné Equatorial.