Produção nacional reduz impacto da crise
A aposta na produção nacional pode minorar o impacto do desequilíbrio financeiro que Angola enfrenta em consequência da baixa do preço do petróleo, declarou ontem, em Luanda, o representante do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS).
Samora Kitumba, que abordou o tema “Perspectivas do Orçamento Geral do Estado, (OGE) para 2016”, no Fórum Angolano de Jovens Empreendedores , sob o lema a “Austeridade e Competitividade” , aos jovens para encontrarem negócios para a manutenção da estabilidade económica. “O cenário económico para o ano de 2016 vai manter-se volátil, na medida em que o preço do barril de petróleo se manteve em baixa durante o ano de 2015”, explicou Samora Kitumba, que acrescentou: “Por esta razão, Angola deve optar por produzir produtos locais, porque tudo que é importado tem custos maiores em relação ao pagamento das taxas.”
Para 2016 vai optar-se pela redução do nível de importação, produzir local, produtos essenciais para a esta básica, apostar na formação, na inclusão dos jovens e na descentralizar das regiões, anunciou Samora Kitumba.
“Até finais de 2015, a média do preço do barril vai situar-se acima do 52 dólares, mas para 2016, prevê-se uma redução de quatro dólares com o barril de petróleo a abeirar-se aos 48 dólares”, disse Samora Kitumba. “Para contrapor o cenário, o Executivo fez uma redução acentuada nas despesas, no consumo corrente, na aquisição de bens serviços e no investimento”, continuou Samora Kitumba, para quem a redução, que criou uma contracção nas despesas particulares, reduziu o nível de exportação e de entrada de divisas, bem como acelerou o ritmo de inflação para dois dígitos. Outra medida tomada pelo Executivo, acentuou Samora Kitumba, foi a Reforma Tributária, para melhorar a qualidade da receita fiscal, com pagamento de impostos de selos, imposto de consumo, imposto industrial , imposto predial urbano, entre outros instrumentos fiscais, com vista a arrecadar mais receitas para os cofres do Estado.
Álvaro Lopes Dias, professor e consultor de Marketing e Estratégia Empresarial, que abordou o tema “Austeridade e Competitividade”, disse que Angola deve vencer o desafio de sair da dependência do crude e sustentar a economia com novos negócios. O académico português disse que a taxa de intenção de empreendedorismo em Angola ronda os 40 por cento, número superior ao da África do Sul (dez por cento) e à média da África Subsaariana, mas inferior ao de Botswana (65 por cento). Um dos passos importantes sugeridos por Álvaro Dias é a facilitação de acesso ao negócio, o incentivo à criatividade, o estímulo à inovação e à investigação, ao mesmo tempo que se devem desenvolver os sectores da agropecuária, turismo, pesca e logística.