Produção de alimentos acelera crescimento

Fotografia: Mota Ambrósio

Fotografia: Mota Ambrósio

Angola vai aumentar os níveis de crescimento da economia com a aceleração da produção de alimentos e instalação de novas unidades industriais, substituindo um conjunto de produtos importados no mercado nacional, garantiu ontem o ministro das Finanças, Armando Manuel.

Armando Manuel, que procedeu à abertura do seminário sobre “O papel do MINFIN na gestão macroeconómica”, em Luanda, disse que a economia angolana precisa “de forma pujante” levar a sua produção de alimentos para contrapor os cerca de três por cento do Produto Interno Bruto (PIB), dedicado à importação de produtos alimentares. Deste modo, o ministro das Finanças acredita que a economia vai registar níveis expressivos de crescimento na agricultura, em toda a sua cadeia de valor, e um conjunto de profissões de negócios vão surgir para fortalecer o mercado nacional.
Para o efeito, Armando Manuel sugere a construção de indústrias fortes de processamento, passíveis de substituir um conjunto de produtos de importação. Por outro lado, um sector extractivo dotado de valências que vão maximizar o aproveitamento dos materiais locais, geradores de valores cambiais.
O estabelecimento da Administração Geral Tributária, para o ministro das finanças, deve trabalhar com eficiência e prontidão, com vista a alargar com mais rapidez a base tributária e acelerar a arrecadação dos impostos. “Esta autonomia augurada não deve significar uma administração tributária distante da função fiscal, mas capaz de assegurar resultados profícuos no binómio receita-despesa”, acentuou. Quanto à posição de Angola no mercado internacional, Armando Manuel avançou que a preocupação do Executivo consiste em potenciar a receita não petrolífera e reduzir a dependência e a volatilidade dos preços nas matérias-primas. Apesar dos sinais evidentes de diversificação da economia, referiu o ministro, os resultados da estabilidade macroeconómica que o país vem conhecendo e o evidente crescimento do PIB não petrolífero, constitui apenas um dos propósitos alcançados. “O compromisso de ‘Crescer mais para distribuir melhor’ só é possível se o papel indutor das finanças públicas for exercido na sua plenitude”, disse.
O ministro das Finanças assegurou que o seu Ministério vai continuar a assumir o compromisso de formar quadros especializados no ramo das finanças para assegurar o sector com eficiência. Armando Manuel explicou que o Instituto de Formação de Finanças Públicas constitui um centro de excelência, com iniciativas de formação voltadas ao conhecimento no seio da classe, augurando para o país um desenvolvimento de perfis e personalidades instruídas no domínio da ciência.
“No quadro dos grandes desafios globais, o Ministério das Finanças deve garantir a sua produtividade através de mais capital humano, o aperfeiçoamento dos processos de gestão e no domínio do conhecimento”, aclarou o ministro. Armando Manuel lembrou que as despesas do país ligadas aos subsídios sobre os combustíveis ultrapassa quatro por cento do Produto Interno Bruto, representando metade da despesa em saúde e educação. Por isso, esclareceu o ministro, o desnivelamento do preço energético, além de contribuir para o fim do contrabando de combustíveis nas nossas fronteiras, é também um imperativo que visa a captação desses recursos para mais investimentos em infra-estruturas sociais.

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