Privatizações de fábricas têxteis e fazendas vão à consulta pública

Moxico: Fazenda de Camaiangala provincia do Moxico
FOTO: DAVID DIAS
10 Março de 2020 | 11h13 – Actualizado em 10 Março de 2020 | 11h13
O processo de privatização das três unidades industriais têxteis, construídas com fundos públicos, nas províncias de Luanda, Cuanza Norte e Benguela, vão a consulta pública no dia 18 deste mês, numa iniciativa do Instituto de Gestão dos Activos e Participações do Estado (IGAPE) .
Além das unidades têxteis, o IGAPE também tem em agenda para este mês, dia 19, a auscultação pública sobre a privatização de empreendimentos agro-pecuários-fazendas, de acordo com o documento a que a Angop teve hoje (terça-feira) acesso.
As unidades têxteis que vão a concurso são as fábricas Nova Textang II (Luanda), a África Têxtil (Benguela) e Satec (Cuanza Norte).
Nestas fábricas, no âmbito do acordo financeiro estabelecido entre o Governo angolano e o banco japonês JBIC, o Executivo investiu USD 1,2 mil milhões, sendo 251 milhões de dólares para a Nova Textang II e 420 milhões de dólares cada para África Têxtil e Satec.
A Nova Textang e as outras unidades foram privatizadas em 2013 pelo Ministério da Indústria, através do IDIA- Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola, num concurso público que o Ministério da Indústria não tinha competências para o fazer, devido ao volume de investimentos.
As unidades têxteis encontram-se inoperantes, incluindo a Textang II, com uma capacidade de produção anual de nove milhões de metros lineares de tecido.
A Nova Textang II, a unidade está vocacionada para a produção de tecidos para a produção de vestuários, iniciando o seu processo produtivo com a produção de fio, posteriormente utilizado para a produção de tecido cru, que, por sua vez, será utilizado para a área de tesouraria. A unidade dispõe de 24 fusos, 80 tiras, uma unidade de tesouraria e acabamento.
Para o funcionamento desta, são necessários três mil e 300 toneladas de algodão e 700 toneladas de poliéster, cerca de quatro mil toneladas de matéria-prima por ano.
Para o suporte da sua actividade, a unidade fabril vai precisar de 8,8 megawatts de energia eléctrica/mês, mil e 600 metros cúbicos de combustível, quatro mil e 500 quilogramas de gás/mês, seis milhões e 700 mil quilogramas de vapor/mês, e cinco mil 500 metros cúbicos de ar por hora, além da água.
Em paralelo, está também em curso o processo de privatização de quatro fazendas, nomeadamente Camaiangala (Moxico), Longa (Cuando Cubango), Sanza Pombo (Uíge) e Cuimba (Zaire), com aproximadamente 45 mil hectares. Essas unidades agro-pecuárias estão avaliadas em USD 110 milhões.