Primeira-dama reconhece “extrema” dedicação das mulheres no sistema financeiro

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A Primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, reconheceu o “extremo” contributo e dedicação das mulheres do sector financeiro, em Angola, no desenvolvimento da economia e bem-estar social dos angolanos.

“Muito obrigada por terem e promoverem uma visão do futuro e por não baixarem os braços, dando corpo a uma causa que é de todas nós”, agradeceu Ana Dias Lourenço, na abertura do Fórum sobre “A Liderança Feminina no Sector Financeiro”, uma iniciativa do Banco Nacional de Angola (BNA).

Em Angola, lembrou, várias mulheres são responsáveis por pastas de capital importância, designadamente nas finanças, saúde e educação, havendo outras tantas responsáveis pela governação nas províncias.

Nas empresas, disse também ser, cada vez mais notória, o número de mulheres, quer nos cargos de presidência executiva, quer administradores e responsáveis intermédias, como directoras.

Apesar dos múltiplos papéis, reconheceu também que as mulheres angolanas na economia continuam a trabalhar e a qualificar-se para contribuir, de forma activa, para o desenvolvimento e progresso de Angola.

No quadro dos desafios, prosseguiu, a mulher angolana tem investido na sua formação e qualificação profissional e procura melhorar e superar-se a cada dia, para que, por mérito próprio, tenha na sociedade um papel igualmente preponderante na tomada de decisão.

“Acredito plenamente que o mundo seria mais harmonioso, e viveríamos todos um forte sentido de trabalho, se mais mulheres participassem nos processos de decisão nos campos político, empresarial, educativo, social e financeiro”, sublinhou.

Segundo disse, quando os sistemas financeiros se tomam mais inclusivos, os mercados financeiros são mais eficazes e as políticas financeiras mais sustentáveis.

Para dinamizar o exercício de cidadania e participação das mulheres, com vista a desconstruir a tónica de exclusão e discriminação das mulheres, disse ser urgente um diálogo construtivo, desde a sociedade civil, instituições do Estado, em particular as instituições financeiras que, pela sua natureza, estão directamente ligadas ao empoderamento e autonomia financeira da mulher angolana.

Apesar dos avanços registados, nos últimos anos, disse que ainda se regista, em pleno século XXI, a subrepresentação global das mulheres, enquanto utilizadores, clientes e decisoras no sector financeiro.

Com base em estudos do Banco Mundial, avançados por Ana Dias Lourenço, ainda existe uma subrepresentação das mulheres nos processos de tomada de decisão de investimento em empresas “private equity ”, capital de risco, que chega apenas os 10%.

Inclusão de mulheres

Ana Dias Lourenço também é por uma maior inclusão financeiras das mulheres angolanas, que, no seu entender, devem ser parte integrante das estratégias de crescimento e estar integrada nas políticas macroeconómicas e financeiras do Estado.

Defende, de igual modo, que Angola precisa de instituições financeiras sólidas capazes de fornecer serviços financeiros às mulheres, com baixo rendimento, com vista a promover o auto-emprego, empreendedorismo e apoiar a economia familiar, além do aumento da produtibilidade e redução da pobreza.

Citando estudos internacionais mais recentes, destaca algumas vantagens da inclusão das mulheres no sistema financeiro, apontando serem melhores gestoras de risco do que os homens, seguirem práticas de contratação mais exigente, o que contribui para uma qualificação do ambiente de trabalho.

Por isso, a maior inclusão feminina em cargos de liderança no sistema financeiro, como no bancário e supervisão, é apontada internacionalmente como um factor de estabilidade financeira.

Ao mesmo tempo, acrescentou ser importante promover uma maior inclusão de mulheres em cargo de liderança no sector financeiro ( bancário e supervisão) é sinónimo de desenvolvimento, progresso e inovação.

A semelhança de muitos outros domínios de governação, o papel de referência e de exemplo do Estado é insubstituível em matéria de igualdade de género e inclusão das mulheres.

O BNA, em particular, admitiu que na sua ampla definição de política monetária e supervisão do sistema financeiro e regulação, tem vindo a dar importantes passos neste sentido.

Ao Estado, disse que cabe assumir os compromissos de igualdade e prosseguir com a implementação de incentivos e inclusão feminina no sistema financeiro, “que tudo terá a ganhar”.

Durante o fórum, foram apresentados dados estatísticos sobre a representatividade feminina na gestão de topo do sistema financeiro angolano.

Algumas mulheres, com cargo de liderança em instituições financeiras bancárias, partilharam experiência profissionais no sector, assim como o seu ponto de vista sobre as perspectivas de desenvolvimento do sistema financeiro.

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