Presidente italiano inicia programa de visita a Angola

PRESIDENTE ITALIANO, SERGIO MATTARELLA (À ESQ.) COM O MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE ANGOLA, MANUEL AUGUSTO
FOTO: FOTO CEDIDA
06 Fevereiro de 2019 | 03h02 – Actualizado em 05 Fevereiro de 2019 | 20h48
O Presidente da Itália, Sergio Mattarella, inicia hoje, quarta-feira, o programa de visita a Angola com um encontro à porta fechada como o seu homólogo angolano, João Lourenço.
Angola e Itália têm relações de cooperação desde 1977, altura em que os dois países assinaram um memorando que institui a Comissão Bilateral, então Comissão Mista de Cooperação, seguido da subscrição de outros instrumentos jurídicos.
Destes instrumentos jurídicos subscritos, destacam-se nos domínios da defesa e segurança internacional, colaboração em operações humanitárias e de apoio à paz, desminagem e assistência médica e medicamentosa.
Angola é hoje o terceiro parceiro comercial sub-sahariano da Itália. Em 2013, o valor total de comércio entre os dois países elevou-se a 891 milhões de Euros, com 348 milhões de Euros feitos através das exportações Italianas.
A Itália foi o primeiro país da Europa Ocidental a reconhecer a independência de Angola, no dia 18 de Fevereiro de 1976, e a 4 de Junho, do mesmo ano, estabeleceram-se as relações diplomáticas entre os dois Estados.
O interesse de ampliar e diversificar a cooperação bilateral foi manifestado pelo Presidente da República, João Lourenço, e o primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni Silveri, num encontro entre ambos, em Luanda a 27 de Novembro de 2017.
O posicionamento do Titular do Poder Executivo angolano e do Chefe do Governo italiano foi transmitido à imprensa no final de um encontro entre as duas individualidades e após a assinatura de dois acordos entre as petrolíferas Sonangol (Angola) e ENI (Itália).
João Lourenço recordou com satisfação o facto de ter sido recebido em Roma, em Julho deste ano, pelo Chefe do Governo italiano, na condição de candidato à Presidência da República.
Agradeceu ao presidente do Conselho de Ministros pelo facto de ter sido o primeiro a efectuar uma visita de Estado desde que tomou posse enquanto Presidente da República.
O Estadista angolano reconheceu ter havido, desde 2014, uma retracção nas trocas comerciais entre os dois países, devido à crise financeira resultante da baixa do preço do petróleo (principal produto de exportação de Angola) no mercado internacional.
Na ocasião o primeiro-ministro italiano disse que a escolha de Angola para o início da sua digressão em África confirma a importância dos laços de amizade existentes entre Angola e a Itália.
Segundo Paolo Gentiloni, há muito trabalho pela frente a fim de consolidar a cooperação, e realçou que as economias de Angola e da Itália se complementam.
Angola e a Itália cooperam nos domínios da saúde, agricultura, educação, transportes, petróleos, bem como nos sectores de defesa e segurança.
Quanto às trocas comerciais, Angola-Itália chegam a USD 1.341 milhões, dos quais 1.1 mil milhão correspondem às exportações de Angola para a Itália, maioritariamente em produtos petrolíferos, e 341 milhões às importações de Angola, baseadas em máquinas e equipamentos da Itália.
Esses dados foram fornecidos recentemente a Angop pelo administrador da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (Aipex), Lello Francisco.
Estabelecimento da Embaixada de Angola na Itália
A Embaixada da República de Angola na República Italiana foi entre as primeiras embaixadas angolanas abertas depois da proclamação da independência. De facto, Itália foi o segundo país – depois do Brasil – a reconhecer Angola como República independente.
Nesta Missão Diplomática encontram-se integradas as representações de Angola junto das Agências Nações Unidas, sediadas em Roma:
Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO)
Programa Alimentar Mundial (PAM)
Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA)
Um particular realce vai para a presença dos Serviços Consulares junto desta Missão Diplomática.
O primeiro Embaixador angolano na República Italiana foi Venâncio de Moura, seguindo-se os embaixadores Telmo de Almeida, Gaspar Cardoso, Armindo do Espírito Santo, Mawete João Baptista, Antero de Abreu, Boaventura Cardoso, Manuel Pedro Pacavira.
Actualmente o embaixador é Florêncio Mariano da Conceição de Almeida.