Preços dos bilhetes de comboio reajustados a partir de amanhã

Passageiros que utilizam os comboios suburbanos entre as estações do Bungo e Catete passam a pagar 60 ao invés de 30 kzs  Fotografia: Contreiras Pipa | Edições Novembro

Passageiros que utilizam os comboios suburbanos entre as estações do Bungo e Catete passam a pagar 60 ao invés de 30 kzs
Fotografia: Contreiras Pipa | Edições Novembro

Os preços dos bilhetes de passagem dos comboios suburbanos entre as estações do Bungo e Catete, em Luanda, vão, a partir de amanhã, ser reajustados de 30 para 60 kwanzas, informou ontem, ao Jornal de Angola, o porta-voz do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL).

Augusto Osório explicou que as novas tarifas fazem parte do plano integrado de ajustamento dos preços regulados, daí que os que fazem uso dos comboios suburbanos de passageiros no traçado entre as estações do Bungo/Catete e vice-versa passam a pagar 60 kwanzas, na terceira classe, e 210, na segunda.

Actualmente, pelo mesmo percurso, são cobrados 30 kwanzas do Bungo/Catete e vice-versa, enquanto de Luanda a Malanje cobra-se 3000 kwanzas por cada 50 quilos de mercadoria e 630 por passageiro.
O porta-voz do CFL considerou baixos os preços praticados actualmente pela empresa para cobrir os custos operacionais da companhia.
“Com os preços actuais, a empresa tem-se ressentido bastante, daí o reajuste paulatino dos preços. Até final do ano, a meta é chegarmos aos 150 kwanzas para o transporte suburbano. A alteração dos preços para as províncias de Malanje e Cuanza-Norte poderá acontecer em breve. O CFL aguarda pela decisão do Executivo, numa proposta que está a ser estudada pelo Plano Integrado de Ajustamento dos Preços Regulados”, elucidou.
Em relação à recuperação financeira da empresa, depois da recente greve, o responsável disse ser cedo demais para avaliar o caso, atendendo que, pelos estudos feitos, o preço normal da passagem de comboio seria de 600 a 700 kwanzas.

Novos ramais

Até ao final deste mês, anunciou, começa a funcionar o novo ramal da Boavista, que vai ligar a malha ferroviária do Caminho-de-Ferro de Luanda até às províncias do Cuanza-Norte e Malanje. A obra está avaliada em 728 milhões de kwanzas.
Augusto Osório explicou que os custos operacionais para o transporte de combustíveis para as províncias do Cuanza-Norte e Malanje vão baixar significativamente, com a entrada em funcionamento do ramal da Boavista, com cerca de 200 metros de dimensão.
Com o ramal em funcionamento, a previsão de transportação de combustível diário será de 280 mil litros para oito milhões, numa estimativa de 30 comboios a circularem por mês.
Actualmente, os comboios transportam 240 mil litros, o que permite a circulação de 12 comboios por mês.
O porta-voz garantiu que, até final deste mês, entram em funcionamento mais dois ramais com destino ao município do Dondo e Lucala, no Cuanza-Norte, e em Malanje.
A nível de reparação do material circulante, estão a ser recuperadas, de forma faseada, 20 carruagens de origem sul-africana, que vão permitir o aumento da capacidade de transporte de pessoas nas áreas suburbanas, concretamente em Luanda/Catete e Luan-da/Ndalatando e Dondo.
Ainda este mês, o CFL vai aumentar a capacidade de transporte de passageiros diários, das actuais seis mil para dez mil pessoas, e incrementar o número de comboios, dos 17 actuais para 22.
A reestruturação dos horários, que vai alargar para quatro vezes semanais ao contrário das duas actuais, permite também o aumento do número de comboios de passageiros para Ndalatando, Cuanza-Norte e Malanje.
Augusto Osório salientou que os custos de reparação das carruagens e vagões cisternas estão orçados em 22 milhões de kwanzas.

Melhoria das condições

A administração do Caminho-de-Ferro de Luanda garantiu, ontem, que a situação dos trabalhadores será resolvida de forma paulatina, consoante as receitas que a empresa for arrecadando.
Assegurou que o aumento dos salários só poderá ser possível com o aumento de receitas próprias, derivadas da actividade da empresa, mas não é possível abrir um horizonte temporal para a sua concretização.
Depois de um período de duas greves realizadas entre os meses de Janeiro e Abril, impostas pelos trabalhadores do CFL, o Ministério dos Transportes prometeu cumprir com os restantes pontos apresentados no caderno reivindicativo.
A comissão sindical da empresa exigiu a atribuição de rádios de comunicação, reabilitação das guaritas das passagens de nível e implementação do sistema de higiene e segurança no trabalho.
Solicitaram igualmente a melhoria das condições médicas e medicamentosa no posto médico, implementação do seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais, pagamento em tempo oportuno e o subsídio de funeral.
Durante o acordo, foi decidido ainda que fossem melhorados os subsídios de alimentação e de isolamento.

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