Portugal apoia candidatura de Angola a membro não-permanente do CS da ONU

 

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou hoje (segunda-feira), em Lisboa, que Portugal apoia a candidatura de Angola a membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações, para o biénio 2015/2017.

Em Conferência de imprensa, no final do encontro com seu homólogo angolano, Georges Rebelo Chikoti, que iniciou, hoje, visita oficial, de três dias a Portugal, o governante luso considerou que “o inevitável” apoio de Portugal a candidatura de Angola àquele órgão das Nações Unidas foi um dos vários temas abordados”.

“Manifestámos a decisão do governo de Portugal de apoiar a candidatura de Angola a membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biénio 2015/2017”, disse Rui Machete, qualificando que o seu país acolhe com grande satisfação a candidatura de Angola, e espera que “venha a ter o êxito que merece”.

Nas declarações à imprensa, o chefe da diplomacia lusa disse que a visita de Georges Chikoti é o “corolário do que Angola assume, para Portugal e sua diplomacia, assim como testemunho do reflexo da intensidade e patamar atingido no relacionamento entre os nossos dois Estados”.

“Portugal e Angola têm, hoje, uma parceria estratégica absolutamente prioritária, desenvolvida pelos portugueses e pelos angolanos que manifestam a sua capacidade de cooperação no fluxo de portugueses que visitam Angola para trabalhar ou como turistas, no desenvolvimento das trocas comerciais, bem como no fluxo de angolanos que vêm à Portugal para negócios e turismo”.

Segundo ainda Rui Machete, durante o encontro, foram discutidos o futuro enquadramento institucional da parceria estratégica, através da realização regular de cimeiras, a nível de chefes de Executivo, a ser lançada com a realização de uma primeira Cimeira, em Luanda, prevista para final de Outubro próximo.

“A primeira cimeira será dedicada ao desenvolvimento sustentado de Angola e de Portugal, porque achamos que os dois países podem e devem ajudar-se, mutuamente, no desenvolvimento das suas economias”, justificou, reconhecendo, a seguir, que “os elevados fluxos de investimentos bilaterais, são bem-vindos, e mostram bem a confiança

mútua nutrida no seio do empresariado de ambos os países, para o desenvolvimento dessa cooperação”.

“Temos testemunhado o crescente desenvolvimento da economia angolana, na última década, e acreditamos que as empresas e os trabalhadores portugueses continuarão a ser ainda mais os parceiros dos angolanos na diversificação e fortalecimento da sua economia, dado que existe tão grande proximidade entre os dois povos”, adiantou Rui Machete.

Outra questão abordada no encontro, segundo Machete, foi a área do ensino superior e da formação, tida como “chave”, manifestando-se, também, satisfeito “com o funcionamento do protocolo sobre a facilitação de vistos, embora ainda haja alguns progressos a fazer”.

Sobre a cooperação no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), além da necessidade da “continuada valorização da organização e uma maior projecção político-diplomática e económico-diplomático no plano internacional”, as partes trocaram impressões sobre o futuro daquele organismo lusófono e sobre a segunda conferência

internacional sobre a língua português, que será realizado, em Portugal, entre 29 de Outubro e 3 de Novembro de 2013.

Dedicado a Guiné-Bissau, apelaram para a realização de eleições gerais livres, justas, transparentes e credíveis, no pleito previsto para 24 de Novembro, com a participação livre dos cidadãos guineenses.

Durante a sua estadia em Portugal, o ministro angolano das Relações Exteriores reuniu-se, ainda hoje, em separado, com o primeiro-ministro, Passos Coelho, e com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

Na terça-feira, Georges Chikoti encontrar-se-á com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal/Angola, Carlos Bayan Ferreira, na sede dessa instituição, em Lisboa.

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