Portas estão abertas a todos os cidadãos

Fotografia: Kindala Manuel

Fotografia: Kindala Manuel

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, garantiu ontem, em Luanda, o empenho do Parlamento no fortalecimento do diálogo entre os cidadãos e a instituição legislativa.

Fernando da Piedade Dias dos Santos, que falava na abertura do seminário sobre a organização e funcionamento da Assembleia Nacional, esclareceu que a intenção é incentivar o diálogo, abrindo a porta para uma maior assistência das sessões do plenário, para visitas guiadas e outras formas de tornar este diálogo permanente e de incutir nas gerações mais novas o interesse pela política.

O líder do Parlamento angolano defendeu que a união de ideias e da acção dos deputados deve ser cada vez maior para permitir o estabelecimento de um diálogo permanente, começando nos círculos eleitorais provinciais e terminando em acções que devem ser articuladas com a sociedade civil.

Com o seminário, disse Fernando da Piedade Dias dos Santos, a Assembleia Nacional pretende chamar a atenção para a natureza democrática do Parlamento, como os seus diferentes órgãos articulam a função legislativa e como são administrados os recursos humanos, patrimoniais e financeiros.

Progresso democrático

O presidente da Assembleia Nacional referiu que a casa das leis contribuiu para a consolidação da democracia e da consolidação da convivência humana entre os angolanos, independentemente da sua posição política, origem social, étnica, sexo e religião.

Disse esperar que o encontro, que hoje termina, seja aproveitado para o fortalecimento de um diálogo que se quer constante e profícuo entre o cidadão e a Assembleia Nacional.

“Durante todos estes anos de aprendizagem da democracia, o Parlamento imprimiu um cunho indelével na sua defesa e isto tem sido marcado nas reuniões, oferecendo assim aos deputados oportunidades de estabelecerem laços fortes e um convívio fraterno e pacífico, garantindo a unidade na diversidade”, afirmou.

Fernando da Piedade Dias dos Santos garantiu que o trabalho desenvolvido na Assembleia Nacional tem permitido a troca de ideias e de experiências entre os deputados, que se tem reflectido na melhoria da actividade legislativa.

O presidente da Assembleia Nacional adiantou que os progressos conseguidos pelo órgão legislativo desde as reformas políticas de 1992, as transformações na sua composição e forma de diálogo com a sociedade, a consagração da natureza pública das sessões do plenário e o direito de enviar sugestões, petições e reclamações, constituem um quadro parlamentar novo.

Este quadro parlamentar, acrescentou, vai continuar a ser melhorado e modernizado através da informação e adopção de novas soluções tecnológicas e de informação na sua actividade do dia a dia.

O secretário-geral da Assembleia Nacional, Pedro de Neri, afirmou que, com o seminário, pretende-se promover a imagem do Parlamento na  sociedade democrática, bem como divulgar a organização e funcionamento dos seus diferentes órgãos.

Pedro de Neri destacou o funcionamento do plenário da Assembleia Nacional, das comissões de trabalho  especializadas, grupos parlamentares, administração parlamentar, normas e procedimentos do seu regimento e demais leis orgânicas.

Grupos parlamentares

No seminário, o docente universitário Carlos Feijó falou da organização e funcionamento dos grupos parlamentares e reconheceu que não existem ainda, no país, estudos constitucionais sobre a natureza política dos grupos parlamentares, tendo acrescentado “que nem sempre na História Constitucional e parlamentar existiram grupos parlamentares”.

Carlos Feijó defendeu a necessidade de se estabelecer a regulação sobre  a organização    dos grupos parlamentares. O docente universitário disse que na Constituição não existe um artigo autónomo que trate especificamente dos grupos parlamentares.

Quanto à natureza jurídica de um grupo parlamentar, Carlos Feijó disse existirem duas correntes, uma que diz que os grupos parlamentares são órgãos dos partidos e entidades parlamentares.

Para o jurista Carlos Feijó, os grupos parlamentares são a forma mais acabada dos partidos políticos se organizarem na sua vida partidária e são a extensão dos partidos políticos. Carlos Feijó alertou para a existência de direitos dos deputados que só podem ser exercidos por via dos grupos parlamentares.

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