Pilotos da ”Sonair” foram sepultados e homenageados
Os pilotos que morreram no acidente aéreo ocorrido no Sumbe foram ontem sepultados no Cemitério de Benfica, em Luanda.
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, esteve presente no funeral e prestou homenagem ao comandante e ao co-piloto do helicóptero da Sonair que se despenhou no dia 2 deste mês no Cuanza Sul. Na qualidade de presidente do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento de Trânsito, Manuel Vicente deslocou-se ao Cemitério de Benfica onde foram sepultados os restos mortais de Adão Francisco Mateus Filho “Grão Vasco” e de José Custódio Saldanha Novais “Cubano”. O Vice-Presidente da República apresentou condolências às famílias enlutadas e fez a deposição de coroas de flores nas sepulturas dos dois pilotos do helicóptero.
O superintendente chefe Lucas José, do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento de Trânsito, um órgão de consulta do Titular do Poder Executivo em matérias relativas à viação e ordenamento do trânsito, lembrou, durante o elogio fúnebre, que as vítimas “deram a vida numa missão de salvar vidas”.
O helicóptero da Sonair caiu numa zona montanhosa, quando seguia para o Wako-Kungo, numa missão do Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEMA). Além de Adão Filho e José Novais, seguiam no helicóptero Filipe José Tchinduamba, regulador de trânsito, Victor da Costa Semedo, motorista do INEMA, a enfermeira Vitória Miguel e o técnico de bordo Lauper Frederic, de nacionalidade francesa. No passado sábado foram sepultados, no Sumbe, os corpos de Filipe José, Victor da Costa Semedo e Vitória Miguel. Adão Francisco Mateus Filho nasceu em 1969, em Catete. Mobilizado para o exército, foi destacado para a Força Aérea Nacional. Com o fim do conflito armado, ingressou nos quadros da Sonair como piloto, tendo sido nomeado comandante de bordo, função que exerceu até à data da sua morte. “Grão Vasco”, como também era conhecido, fez o curso de pilotagem de helicóptero na Escola de Aviação Militar do Negage, tendo feito o curso de Piloto Comercial de Helicópteros em 2003, no Lobito. O co-piloto José Custódio Saldanha Vaz nasceu em 1983. José Custódio fez electricidade e sempre teve inclinação para as disciplinas que exigem cálculos. O falecido beneficiou de uma bolsa da Sonangol e fez pilotagem no Brasil durante dois anos. Em 2012 assumiu a posição de co-piloto de helicópteros na Sonair.
O comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, que também foi ao Cemitério para prestar a derradeira homenagem aos pilotos, assegurou que o serviço de resgate de sinistrados vai manter-se nos actuais modos de operação, apesar do acidente com o helicóptero da Sonair. “O processo vai manter-se nas actuais formas de operação. Vamos continuar como tem sido a prática. Houve esse infortúnio que todos lamentamos, pelo facto de camaradas terem morrido em serviço”, sublinhou Ambrósio de Lemos. O comandante-geral da Polícia Nacional assegurou que as acções de resgate de vidas vão continuar com a mesma filosofia de operação que é desenvolvida quer pelo serviço de socorro à sinistralidade rodoviária quer pelo serviço de socorro por via aérea.