Paz no leste da RDC debatida em Luanda

Fotografia: Santos Pedro
Os ministros das Relações Exteriores e Defesa, assim como os chefes dos Estados-Maiores da SADC e da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos traçam hoje em Luanda um mecanismo conjunto de cooperação e concertação política, defesa e segurança para a resolução de conflitos no leste da República Democrática do Congo (RDC).
Os peritos estiveram ontem reunidos para preparar os documentos a serem submetidos no encontro de ministros, no qual também é avaliada a aplicação do acordo-quadro de paz, segurança e cooperação para a RDC.
O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, Geraldo Sachipengo Nunda, que presidiu à reunião de peritos, afirmou que a reunião conjunta entre a Conferência Internacional sobre os Grandes Lagos (CIRGL) e a SADC tem como objectivo a concertação de posições para contribuir para a pacificação completa do Leste da República Democrática do Congo.
O general Nunda adiantou que durante o encontro, a CIRGL vai informar a SADC sobre o desenvolvimento e progresso que tem alcançado para a estabilidade na região. A SADC e a CIRGL, disse o chefe do Estado-Maior General, encorajam a República Democrática do Congo a continuar a fazer esforços para a pacificação, evitando assim a continuidade do conflito naquela área.
Encorajam também o Ruanda a fazer o repatriamento dos elementos do M23 que estão neste país para que se dissipem as suspeitas existentes entre os dois países. “O Ruanda pensa que a República Democrática do Congo apoia a FDLR ou não faz suficientes esforços para eliminar esta força e a República Democrática do Congo acha que o Ruanda não faz o suficiente para o repatriamento dos elementos do M23\”, disse o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas.
Sachipengo Nunda reafirmou que existe um esforço tripartido entre Angola, África do Sul e República Democrática do Congo no sentido de contribuir para o fortalecimento das Forças Armadas deste último país.
“Os passos estão a ser dados, as equipas trabalharam em Abril e agora vamos continuar. Não podemos obrigar a República Democrática do Congo a fazer aquilo que nós achamos, mas sim ajudar de acordo com aquilo que ela acha que são as suas prioridades\”, frisou.
O secretário executivo adjunto da CIRGL, Vicente Muanda, garantiu que actualmente a situação na RDC é calma, tendo considerado que Angola tem condições para ajudar a RDC a encontrar a paz. “Pela experiência que Angola tem, está em condições de ajudar a RDC e o Ruanda e outros países a encontrar a paz e a estabilidade\”, disse.
Um dos desafios da CIRGL, lembrou, é estabelecer a paz e a estabilidade, o desenvolvimento económico e social, assim como criar a ligação entre os povos para o desenvolvimento do comércio.