Países da SADC na rota industrial

Fotografia: João Gomes

Fotografia: João Gomes

Os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) adoptaram ontem em Harare a estratégia e roteiro para a industrialização da região, num horizonte de 48 anos.

A estratégia e o roteiro têm como objectivo acelerar os níveis económicos na região, com base no sucesso de parcerias entre Governo e o sector privado intervenientes no processo de desenvolvimento. Na Cimeira, em que o Presidente José Eduardo dos Santos esteve representado pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, a secretária executiva da SADC, Stergomena Tax, afirmou que a mesma busca maior integração, desenvolvimento sustentável e melhoria das condições da população na região.
“A industrialização é a essência do desenvolvimento e as políticas e planos devem ser alinhados com as prioridades da SADC na sua execução”, realçou e que a estratégia assenta em três pilares: industrialização como vantagem, a competitividade como processo activo e cooperativo para um nível competitivo, e integração regional enquanto contexto do movimento industrial com vista à prosperidade económica.
A estratégia tem como objectivo a aplicação de políticas a médio e longo prazo para que todos os membros da SADC possam beneficiar dos frutos de serem membros desta organização regional, para atingir a meta preconizada para a transformação económica a longo prazo, apoiada pelos esforços concertados em função da agenda 2063. “As nossas metas na região são bastante claras e têm como objectivo atingir o preconizado na estratégia, nomeadamente emprego e bemestar social”, sublinhou, para referir que os processos são complexos, tomando em consideração a diversidade económica dos Estados membros. Contudo, Tax manifestou-se esperançada no empenho e determinação da SADC para atingir esta meta.
“Com determinação, a SADC assume estes desafios económicos e atinge as metas estabelecidas que parecem muito ambiciosas”, realçou a alta funcionária da organização regional, que reconheceu a importância do sector privado na aplicação do processo. Stergomena Tax advogou o reforço da parceria, visto ser o principal interveniente dos passos subsequentes na formação de estratégias para um desenvolvimento regional.

Comércio livre da SADC

A ministra do Comércio, Rosa Pacavira, disse, em Harare, que Angola prepara as condições para aderir, em 2017, à Zona de Comércio Livre da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Rosa Pacavira fez esta afirmação no âmbito da Cimeira Extraordinária da SADC, que decorreu ontem na capital zimbabweana, sob o lema “Uma estratégia regional para os caminhos da industrialização”.
Angola, esclareceu, encontrase ainda na fase de roteiro da adesão a essa zona, por diversos factores relacionados com as quotas tarifárias e de alguns ajustes pertinentes para o êxito dessa acção. A primeira fase da Zona de Comércio Livre, com acordos de bens e mercadorias, não está concluída. Rosa Pacavira explicou que o Conselho de Ministros da SADC, realizado segunda-feira, decidiu que, em primeira instância, deve dar-se por concluída a primeira fase, com a assinatura de acordos de livre circulação de bens e serviços, enquanto para a segunda seguem os países que já estão confortáveis para poder prosseguir, como a África do Sul e o Botsuana.
Estes dois últimos países já têm a área de livre circulação de bens e serviços bastante avançada, têm uma política de propriedade intelectual, bem como a defesa do consumidor no comércio transfronteiriço. Angola está a trabalhar ainda na primeira fase do acordo de comércio tripartido e no certificado de origem e nas ofertas tarifárias. A ministra do Comércio informou que se está a preparar a Cimeira Tripartida COMESA, CEAC e SADC, e o lançamento da Zona de Comércio Livre continental é outro aspecto que os Chefes de Estado vão assinar em Junho, pois é uma zona importante para a integração regional.
Na segunda quinzena de Maio, os ministros de Comércio reúnem-se em Addis Abeba, Etiópia, para analisar as questões fundamentais relacionadas com o lançamento da Zona de Comércio Livre continental e com os princípios orientadores para a SADC estar integrada.

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