Orquestra pioneira encanta espanhóis

Fotografia: DR

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Maravilhoso. Espectacular. Emocionante. Estas foram as palavras mais ouvidas do público espanhol que assistiu aos espectáculos da orquestra sinfónica Kaposoka.

Em Alba de Tormes (Salamanca), Oviedo (Astúrias), Molina de Aragon, Guadalajara, e no Hotel Osuna, Madrid, as crianças angolanas encantaram e foram destaque nos jornais. Apoiadas pelo embaixador de Angola em Espanha, Victor Lima, as crianças foram convidadas para as cerimónias alusivas ao Dia de África naquele país.

E não desiludiram. Nos espectáculos, todos com entrada grátis, os recintos foram pequenos para acolher os que queriam testemunhar a magia das crianças que interpretaram temas clássicos, bandas sonoras de filmes famosos, sem esquecer danças típicas de Angola. Pessoas de todas as idades, músicos, personalidades da cultura, religiosos e autoridades, viram, ouviram e, no fim, aplaudiram-nas de pé.

No terceiro concerto em Espanha, depois de Madrid e Alba de Tormes, o Principado das Astúrias rendeu-se ao talento das cerca de 60 crianças angolanas que deixaram maravilhados os presentes. Num concerto, no Auditório Príncipe Filipe, o mesmo que tem acolhido a entrega de prémios Príncipe das Astúrias, mais de 200 pessoas ficaram de fora.

Os que conseguiram entrar, a dado momento, aplaudiram de pé e cantaram com aquele grupo de meninos e meninas, que souberam mostrar Angola numa noite que emocionou os presentes, principalmente quando  cantou o hino local. Quem lá esteve e ouviu as melodias saídas daqueles violinos afirma que foram momentos de extrema magia.

Ramon Avelo, do jornal “El Comércio”, destacou o valor humano da música do Kaposoka e reconheceu que a “formação ética e a educação estética são realidades no grupo”. O jornalista ficou maravilhado com o que viu e escreveu: “há projectos que acabam por conquistar o coração de tanta gente que são praticamente imparáveis”.

Comparou o projecto a uma iniciativa de José António Abreu, salvo as distâncias e a experiência, vencedor do Prémio Príncipe das Astúrias, uma das mais prestigiadas distinções do mundo, e concluiu que os pequenos encontraram na música entretenimento, motivação, disciplina e, sobretudo, o escape para fugir às dificuldades do dia-a-dia.

As crianças foram recebidas pelo embaixador de Angola em Espanha, na sua residência, em Madrid. Depois, a orquestra e o seu director, Pedro Fançony, visitaram a sede do Consulado de Angola nas Astúrias.

Na hora da despedida, o cônsul de Angola nas Astúrias, Avelino Soarez, disse: “Levem um pedaço das Astúrias nos vossos corações, vocês conquistaram os nossos”.

O  governador do município de Llanera elogiou o valor humanitário do projecto, pois “alegra os corações e leva ajuda a quem mais precisa”. José Avelino Sánchez entregou ao director da orquestra, Pedro Fançony, uma placa comemorativa da sua presença no município, na qual, gravado a prata, se destacam todas as qualidades de Kaposoka.

Pedro Fançony agradeceu o “caloroso acolhimento” e, em nome das cerca de 60 crianças que integraram a delegação, expressou ter desfrutado muito da estada nas Astúrias, “onde o frio se transformou em calor”, uma clara referência aos 16 graus de temperatura máxima que os acompanhou ao longo das 24 horas que permaneceram na região.

A orquestra sinfónica Kaposoka mostrou que os violinos são de facto uma esperança africana, escreveu o jornal “Nova Espanha”.

A digressão da orquestra sinfónica Kaposoka teve o apoio do governo do principado, da Embaixada de Angola em Espanha e do Consulado Honorário nas Astúrias, além de várias entidades privadas, como Alsa, Deutsche Bank, Maxam, Impulso e o Banco Espírito Santo.

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