ONU reconhece esforços no combate ao tráfico de marfim

Fotografia: Santos Pedro

Fotografia: Santos Pedro

Os esforços despendidos pelo Governo angolano no combate ao comércio e tráfico ilegal de marfim são meritórios, disse ontem Lisa Rolls, chefe de campanha do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) e para o Combate ao Comércio Ilegal.

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, Lisa Rolls encarou o facto de Angola estar empenhada na luta contra o tráfico, como um grande feito não só para o país, mas para o continente. Lisa Rolf realçou o facto de Angola ter uma diversidade de espécies na sua fauna e flora, que durante as comemorações do Dia Mundial do Ambiente vão estar no centro das atenções do mundo. Espécies como o gorila, chimpanzé, pinguim, tartarugas marinhas, elefante e o rinoceronte são alguns exemplos das espécies da fauna a serem analisados.
Lisa Rolls apontou a Iniciativa Okavango-Zambeze como um importante projecto que representa a diversidade biológica do país, que, segundo ela, é muito conhecida, mas muitos ainda desconhecem que parte de Angola. “É preciso que se traga este facto à atenção do mundo, para que   possa perceber de forma mais abrangente e aplicada a sua importância”.
Para a alta funcionária das Nações Unidas, a escolha do tema “A luta contra o comércio ilegal de animais selvagens” e de Angola para receber as comemorações do Dia Mundial do Ambiente, é uma selecção pertinente, pelo facto de Angola estar no continente africano, de onde parte o tráfico da vida selvagem. Lisa Rolls indicou os pontos de África onde o tráfico passa com mais frequência, o Sudão do Sul, Lagos (Nigéria) e Luanda.
Relativamente a Angola, Lisa Rolls referiu que se trata de um país onde há muita vida selvagem, um ponto onde passa o tráfico ilegal e um lugar onde grande número de asiáticos residentes procuram por produtos provenientes do marfim.
O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), explicou Lisa Rolls, tem como função apoiar os países em actividades importantes e de cariz universal, de acordo com as prioridades de cada país e trazer a atenção mundial para essas acções.
Lisa Rolls realçou o “grande passo” que Angola deu relativamente à protecção das espécies animais, com a sua adesão à Iniciativa Mundial de Protecção aos Elefantes. Angola é o décimo segundo país a consentir esta importante acção. Um dos ajustes desta iniciativa, disse, é de encerrar com o mercado do marfim e colocar as peças já recolhidas fora de circulação.
O PNUA, informou, está a colaborar com Angola neste trabalho e também está a ajudar a fortalecer as sua legislação nesta matéria. “Trabalhamos com a ministra do Ambiente de Angola e notamos que ainda há muitas áreas que precisamos olhar para o seu progresso. Angola tem estado a desenvolver acções neste sentido. Encorajamos o processo de diversificação da sua economia, particularmente na área da agricultura”, disse.
Lisa Rolls explicou que a sua delegação espera visitar as zonas turísticas da província do Cuando Cubango, particularmente o Projecto Okavango-Zambeze. Lembrou o recente lançamento da Campanha Social Media Global, na última semana em Nairobi, Quénia, por altura da realização da segunda Assembleia sobre o Combate ao Comércio Ilegal do Marfim. A campanha é dirigida por nove personalidades reconhecidas internacionalmente, entre eles actores e modelos, e tem como finalidade representar as espécies africanas extintas.

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