Novos financiamentos para Angola

Fotografia: Armando Estrela

Fotografia: Armando Estrela

Angola pode vir a receber financiamento do futuro banco do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), dadas as suas relações próximas com o Brasil e a China, afirma a revista “Economist Intelligence Unit” (EIU) na sua mais recente análise sobre o desempenho da economia nacional.

A recente visita de Estado do Presidente José Eduardo dos Santos ao Brasil veio sublinhar o nível privilegiado da relação bilateral, traduzindo-se em termos práticos numa sexta linha de crédito brasileira, no valor de dois mil milhões de dólares, para o investimento na área da produção de electricidade.

Na sua análise, a revista indica que o Executivo tem em carteira dois grandes projectos que estão inscritos nesta linha de financiamento brasileiro, designadamente, a construção de uma segunda central eléctrica na barragem de Cambambe, na província do Cuanza Norte, e do novo aproveitamento hidroeléctrico de Laúca, no rio Kwanza.

O apoio demonstra as “fortes ligações económicas e políticas entre os dois países”, assim como o “empenho do Brasil nas suas operações em Angola” e a capacidade deste país, que pretende investir em infra-estruturas e “assegurar o acesso a financiamento de várias fontes”.

Durante o encontro do Presidente José Eduardo dos Santos com a sua homóloga Dilma Roussef, foi abordada a questão da próxima cimeira dos países do BRICS, que tem lugar no Brasil neste mês de Julho, refere a EIU.

Um dos tópicos em agenda nesta reunião é o projecto de lançamento de um banco do BRICS que sirva de alternativa ao financiamento do Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI) e que pode vir a constituir-se como um novo apoio para Angola.

“Angola, que tem fortes laços com a China, Brasil e Rússia, era um candidato ideal a receber financiamento de uma tal iniciativa, quando estiver operacional”, refere a EIU. A nova linha eleva para perto de oito mil milhões de dólares o total de apoios a Angola por parte do Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do Brasil, que tem vindo a permitir a construção de infra-estruturas importantes, além de apoiar a presença de grandes empresas brasileiras no país.

O grupo brasileiro Odebrecht, presente no país desde o início da década de 1980, é considerado o maior empregador privado. Nos últimos meses, Angola assegurou novos apoios da China, Estados Unidos e Brasil, mostrando o interesse que grandes potências têm no desenvolvimento das suas relações económicas com este emergente país africano.

Durante a recente visita a Angola do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, foi anunciada a abertura de novas linhas de crédito no valor de 170 milhões de dólares, pelo Banco de Exportações e Importações da China (Eximbank), para financiar a reconstrução de uma central hidroeléctrica e linhas de transmissão de electricidade na província do Moxico, além de um projecto agro-industrial na província do Zaire e a construção no Lubango de um instituto de formação de gestão.

O chefe do Governo chinês deixou ainda a promessa de um donativo de 28 milhões de dólares para financiar outros projectos de desenvolvimento. Desde 2002, segundo a EIU, Angola já recebeu mais de dez mil milhões de dólares em financiamento chinês, direccionado sobretudo para infra-estruturas.

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