Novas locomotivas nos carris do CFM

Fotografia: João Gomes
A frota do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes é reforçada nos próximos dias com três novas locomotivas adquiridas nos Estados Unidos, anunciou o presidente do Conselho de Administração, Daniel Quipaxe.
Daniel Quipaxe disse ao Jornal de Angola, por ocasião da celebração dos 109 anos de existência da empresa, que se comemora hoje, que as novas locomotivas vão dinamizar o processo de circulação e transporte de pessoas e mercadorias no traçado Namibe, Huíla e Cuando Cubango.
Actualmente estão em funcionamento seis locomotivas, adquiridas recentemente na China e Índia. A estas juntam-se as três adquiridas dos Estados Unidos. “Nesta fase, em que estamos a operar praticamente a 20 por cento, esses meios satisfazem as nossas necessidades. Quando aumentar a frequência para 70 a 80 por cento, os meios já são exíguos”, disse, acrescentando que o ministro dos Transportes, Augusto Tomás, está atento a esta situação e já há promessa do reforço da frota.
Daniel Quipaxe garantiu que existe um número suficiente de cisternas para o transporte de combustível e água, mas há um défice no transporte de granito negro, porque os vagões disponíveis ainda são exíguos e a demanda começa a aumentar, uma situação que está acautelada, pois a frota de vagões também vai ser reforçada. O presidente do Conselho de Administração do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes manifestou-se satisfeito com os níveis de segurança da linha férrea e outros componentes. “Felizmente estamos a receber a colaboração das Administrações Comunais, Municipais e Provinciais e, também, da Polícia Nacional e das Forças Armadas Angolanas no processo”, frisou.
Daniel Quipaxe disse que recentemente realizaram-se duas reuniões com o Comando da Região Militar Sul, com a presença da Polícia Nacional e Governos Provinciais, para coordenar acções a fim de neutralizar práticas de cidadãos desonestos.
Ligação com a Namíbia
Um ramal de mais de 300 quilómetros vai ser construído no traçado Tchamutete, Jamba, até à fronteira com a Namíbia, nos próximos tempos. Estudos estão a ser feitos pelas autoridades angolanas, para se efectivar o projecto em breve.
“São estudos que estão a ser feitos no terreno e só depois disso se tem um horizonte temporal do que vai ser feito. É um dossier que depende do Executivo”, disse, acrescentando que o processo consta das prioridades.
Os trabalhos de reconstrução e modernização do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes estão praticamente na fase final e até finais de Outubro o empreiteiro começa a entregar grande parte das infra-estruturas. Daniel Quipaxe referiu-se ao sistema de sinalização, telecomunicações, estações apetrechadas com energia eléctrica e sistema de água canalizada. As obras, disse, decorreram ao longo de vários anos e a satisfação é enorme com a qualidade, que já foi testada por especialistas angolanos e estrangeiros.
As residências de várias tipologias, que estão a ser construídas ao longo do traçado do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, são entregues aos quadros superiores, técnicos médios e trabalhadores de base da empresa até princípio do próximo ano.
Melhorias sociais
As casas, cujo número é superior a 8oo, são construídas no traçado da linha, desde a província do Namibe, passando pela Huíla e Cuando Cubango. A circulação do comboio entre as três províncias é feita regularmente.
Os principais constrangimentos que impediam a reabilitação e modernização da linha foram ultrapassados, como são os casos das minas e as construções anárquicas. Ao longo do percurso foram feitas passagens de nível com diâmetro suficiente para permitir o escoamento das águas das chuvas.
“Só nos resta trabalhar dentro dos objectivos estabelecidos pelo Executivo e transportar de maneira maciça os passageiros, carga e mercadorias. Estamos a criar essas condições todas, que estão a ser acompanhadas com a formação dos quadros, desde maquinistas, mecânicos, electricistas, bilheteiros.