Neto destacado como guia exemplar

Fotografia: Eduardo Pedro
O secretário de Estado da Cultura, Cornélio Caley, considerou na terça-feira, em Luanda, o primeiro Presidente de Angola uma figura “eterna do movimento cultural nacionalista e guia da sociedade angolana”.
Em declarações à imprensa, no final da Gala do Dia do Herói Nacional, realizada no Cine Tropical, disse que o “Pai da Nação” deve ser recordado e enaltecido pela dimensão poética das suas obras, que congrega elementos culturais de identificação do país e do continente africano.
Ao dirigir-se aos mais novos, pediu-lhes para preservarem a “linguagem cultural”, que nos permite recordar as figuras históricas angolanas. “É importante que consigamos ultrapassar as dificuldades da vida, primando por valorizar a cultura angolana”.
Destacou, ainda, a importância de continuar a trabalhar em prol do desenvolvimento do país, mostrando que podemos estar ao mesmo nível de outros povos africanos e do mundo.
Sobre a segunda edição do FENACULT, disse ser positiva, pelo volume de actividades realizadas em todo o país. “Este é um exemplo daquilo que podem ser as outras edições na promoção da diversidade cultural em Angola”.
Momento cultural
Alguns dos poemas mais conhecidos de Agostinho Neto foram relembrados e adaptados em canções por poetas e músicos, em noite de gala e homenagem à figura do primeiro Presidente de Angola.
O grupo de canto coral Uni Piaget abriu o espectáculo com “Nguxi” e “Kumbaya”, para de seguida dar lugar ao poeta Carlos Pedro, que brindou a plateia com “Mussunda Amigo” e “Dois Anos de Distância”.
Tonito relembrou “Caminho do Mato”, “Tatá ku Matadi” e “Ngololo”, com acompanhamento do Duo Canhoto. Numa gala apresentada pelos jornalistas Afonso Quinta e Kina Santos, actuou ainda o agrupamento de dança tradicional Kina Kumoxi, com uma coreografia intitulada Batuque.
Num evento com periodicidade anual, o poeta e escritor Nguimba Ngola declamou o poema “Noite de Bamako”. O grupo tradicional de dança Yetu apresentou uma coreografia com base no tema “Renúncia Impossível”.
A cantora Afrikanita, que foi acompanhada pela sua banda, interpretou “Rosas”, “Passei a Vida”, “Tata Neto Renúncia Impossível” e “The Man I Love”. A cantora cubana Zunilda Remigio, ao ritmo da salsa, encantou a plateia com “Quem está gemendo” e “Mbiri Mbiri” , com o suporte instrumental da Banda Maravilha.
Filipe Mukenga, com “Nguinzumbi” e “Poesia Africana”, e Dom Caetano, com “Manheto” e “Messene”, encerraram o espectáculo, sob o olhar atento dos ministros da Cultura, Rosa Cruz e Silva, e do Ensino Superior, Adão do Nascimento, e do coordenador do FENACULT, Jorge Gumbi.
Agostinho Neto nasceu a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Caxicane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 quilómetros de Luanda. Após ter concluído o Liceu em Luanda, trabalhou nos Serviços de Saúde.
O poeta usou a poesia como arma poderosa na luta pela independência, alimentando a esperança dos guerrilheiros em busca da liberdade e hoje as suas obras são uma referência para milhares de angolanos espalhados pelo mundo.