Navios patrulha chegam do Brasil

Fotografia: Dombele Bernardo
Angola negociou com o Brasil a aquisição de sete navios patrulha apropriados para missões de vigilância e policiamento, controlo de navegação e de poluição, busca e salvamento, combate ao tráfico de drogas, contrabando e pesca ilegal e apoio às operações militares.
A informação foi prestada à Angop, em Brasília, pelo comandante da Marinha de Guerra Angolana, almirante Augusto Cunha, à margem da assinatura de um memorando de entendimento técnico entre os ministérios da Defesa de Angola e do Brasil.
O memorando prevê a construção de sete navios, sendo quatro no Brasil e três em Angola, na província do Cuanza Sul. “Este memorando é muito importante e vai evoluir para um contrato para a construção de navios para a Marinha de Guerra e também apoio à construção de um estaleiro naval”, disse o almirante.
A aquisição faz parte do Programa de Desenvolvimento do Poder Naval Angolano (Pronaval) e tem como objectivo dotar a Marinha de Guerra Angolana de uma capacidade maior de intervenção no espaço marítimo nacional.
Os meios podem ser equipados com sistemas de última geração, como o radar de busca e navegação e o sistema de controle de tiro. A 11 de Junho de 1980, os dois países rubricaram um acordo geral de cooperação económica, técnico, científica e cultural, que serviu de base fundamental para o desenvolvimento dos laços.
Em 2010, em Brasília, os Presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assinaram a declaração conjunta sobre o estabelecimento da parceria estratégica entre os dois países.
Mecanismos de cooperação
Os instrumentos estimulam a concertação em assuntos bilaterais e internacionais e a promoção de iniciativas, programas e projectos específicos de interesse comum, nos mais variados domínios, entre os quais o político, o diplomático e o económico.
Na quinta-feira, o ministro da Defesa Nacional discutiu com os embaixadores de Cabo Verde e do Chile acreditados no Brasil aspectos ligados à cooperação no domínio da defesa e segurança. Domingos Mascarenhas (Cabo Verde) e Jaime Gazmuri (Chile) foram recebidos, em audiências separadas de cerca de 20 minutos.
Em breves declarações à imprensa, o embaixador cabo-verdiano referiu ser um grande amigo de Angola e que tem total interesse sobre a realidade do país e dos seus cidadãos e que existe uma relação muito boa entre as comunidades angolanas e cabo-verdianas no Brasil.
“Na qualidade de embaixador, tenho estimulado e apoiado neste sentido”, disse, para acrescentar que a interacção é profícua e enriquecedora entre os jovens dos dois países africanos radicados no Brasil. A interacção positiva, segundo precisou, abrange também as representações diplomáticas dos dois países africanos.
Visita ao Chile
O ministro da Defesa Nacional recebeu um convite formal do seu homólogo chileno, Jorge Burgos, para visitar, nos próximos tempos, o Chile, visando o incremento da cooperação neste domínio. A mensagem foi entregue pelo embaixador do Chile no Brasil, Jaime Gazmuri, durante uma audiência que o ministro angolano concedeu, no quadro da visita oficial de dois dias destinada ao reforço dos laços de amizade e cooperação.
Em breves declarações à imprensa angolana à saída do encontro de aproximadamente 20 minutos, o diplomata disse ter transmitido ao ministro angolano um convite do ministro chileno para visitar o Chile nos próximos tempos.
“Angola e Chile estão num momento em que as relações são boas e importantes”, acrescentou o diplomata, afirmando que o seu país quer iniciar negociações no domínio da defesa para encontrar os campos para incrementar as relações e trocar experiências.
No domínio da defesa, advogou o patrulhamento marítimo, por o Chile ter uma vasta experiência, devido a extensão da sua costa. “Com Angola, penso que podemos estabelecer uma relação muito viva, rica e variada de colaboração, em distintos aspectos”, concluiu o embaixador chileno.
A visita do ministro Defesa Nacional terminou ontem. Além de João Lourenço e o almirante Augusto Cunha, fizeram parte da delegação o comandante da Força Aérea Nacional, Francisco Lopes “Hanga” e outros oficiais generais e superiores das Forças Armadas Angolanas. O embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, acompanhou o ministro da Defesa em alguns encontros.