Nações Unidas destacam apoio de Angola
O coordenador do Painel de Peritos do Comité de Sanções das Nações Unidas sobre a República Centro Africana (RCA) reconheceu ontem o apoio de Angola ao Fórum para o Diálogo Político e a Reconciliação Nacional daquele país.
Aurélien Llorca, que falava à saída de uma audiência que lhe foi concedida pelo director para África e Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores, Joaquim do Espírito Santo, afirmou que “o Fórum trabalha para todas as forças vivas da República Centro Africana (RCA) discutirem e encontrarem a solução para o conflito”.
O coordenador manifestou esperança que este fim-de-semana seja estabelecido o acordo entre as partes em conflito, mas admitiu ser difícil conseguir a curto prazo a paz efectiva, porque a maioria da RCA é controlada por grupos armados.
O responsável da ONU, que termina hoje uma visita de três dias a Angola, sublinhou que “das principais recomendações do Painel de Peritos” é que haja “maior controlo da exploração de recursos naturais, como diamantes e ouro, das principais fontes de rendimento dos grupos armados na RCA”.
Aurélien Llorca justificou a presença em Luanda com o facto de Angola ser membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. “Viemos explicar o quadro legal pelo qual se pode ajudar a RCA a reorganizar as Forças Armadas e de Segurança para poder encontrar a paz”, disse. Angola também assume, desde Janeiro do ano passado, a presidência da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).
O Presidente José Eduardo dos Santos apelou em Junho, numa mini cimeira da CIRGL realizada em Luanda, ao reforço da ajuda humanitária às vítimas do conflito na RCA e ao envio de forças de manutenção da paz da ONU. O ministro angolano das Relações Exteriores reafirmou em Março, em Brazzaville, o apoio do Executivo ao processo de paz na RCA. Georges Chikoti, que falava na abertura da sétima reunião do Grupo Internacional de Contacto sobre a RCA, pediu à sociedade civil daquele país que se empenhe na criação de um ambiente que favoreça o diálogo político, a paz e a promoção de uma cultura de tolerância.
Disse que “o diálogo interno inclusivo, à luz do Fórum para o Diálogo Político e a Reconciliação Nacional na RCA realizado em Julho, em Brazzaville, é único caminho para a paz e reconciliação nacional” na RCA.