Nação está mais unida
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, disse ontem no Catchiungo que a escolha do Huambo para o acto central do 11 de Novembro não foi por acaso. “Esta região simboliza a determinação e o heroísmo do povo angolano na conquista e preservação da Independência e da Unidade Nacional”, salientou Manuel Vicente.
Milhares de pessoas vindas de todos os municípios da província do Huambo e de outros pontos do país foram ontem ter ao Cachiungo, para viver de perto, de corpo e alma, os festejos do dia da Independência Nacional. Ontem, o município de Catchiungo, que dista 60 quilómetros da cidade do Huambo, esteve ao rubro. Ao contrário do que se esperava,não choveu e a festa correu conforme o planeado.
Eram 11 da manhã e o campo pelado do Sporting estava apinhado de gente. As pessoas esperaram debaixo de um sol escaldante a chegada do Vice-Presidente da República, que antes depositou uma coroa de flores no busto do Fundador da Nação, António Agostinho Neto, e inaugurou a fábrica de refrigerantes da Refriango e as casas socais do Cachiungo.
Entre momentos alternados de pura manifestação cultural, as comemorações foram marcadas por uma intervenção das mulheres, dos jovens e dos antigos combatentes e veteranos da pátria. Apelos à unidade nacional, preservação da paz, bem-estar, resgate dos valores cívicos e à consolidação da democracia e do Estado de Direito foram as palavras-chave dos discursos que antecederam a intervenção do Vice-Presidente da República.
Ao intervir no acto central do Dia da Independência Nacional, Manuel Vicente disse que “o 11 de Novembro é a data de que todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste, mais se orgulham, porque, neste dia, conquistámos a nossa liberdade e o direito de traçarmos o nosso próprio destino como Nação soberana”. O Vice-Presidente afirmou que a escolha do acto central das festividades não recaiu por acaso sobre a cidade do Huambo. “Esta cidade simboliza, de facto, a determinação e o heroísmo do povo angolano na conquista e preservação da Independência e da Unidade Nacional. A cidade do Huambo tem uma história de resistência secular contra o colonialismo, de sacrifícios e de actos heróicos em prol da Paz e da Unidade Nacional que merecem o reconhecimento da Nação Angolana”, justificou.
De acordo com Manuel Vicente, sem sacrifícios, incluindo o das vidas de milhares de angolanos, não teria sido possível alcançar a Independênciae manter a integridade do território nacional, obter a Paz e lutar pelo desenvolvimento económico, social e cultural do país. “Em 39 anos de existência como Nação independente, já podemos extrair uma grande lição da nossa história: nada se consegue sem trabalho, sacrifício, determinação e perseverança”, disse, acrescentando que “só conseguimos alcançar os grandes objectivos nacionais se nos mantivermos unidos”.
A unidade nacional, a integridade territorial e a preservação da soberania – destacou o Vice-Presidente – “são a principal condição para podermos consolidar a Paz e promover o desenvolvimento e o bem-estar, erradicando a fome, a pobreza e a doença”. Estes factores – disse – asseguram também a utilização eficaz dos recursos naturais e uma justa repartição do rendimento nacional, o desenvolvimento de forma harmoniosa do território nacional e a construção de uma sociedade democrática, garantindo as liberdades e os direitos de todos os cidadãos.
Manuel Vicente lembrou que foi por estes grandes objectivos que o povo angolano consentiu todos os sacrifícios que hoje, quando começam a aparecer os frutos da Independência, se pode dizer com satisfação que valeram a pena, porque “se está a construir uma Nação unida, próspera, moderna, democrática e inclusiva, onde todos os seus filhos podem dispor dos mesmos direitos e oportunidades”.
No bom caminho
O Vice-Presidente da República disse que os números alcançados ao nível da educação, saúde, habitação, assistência social, crescimento económico e emprego falam por si e dizem, melhor do que as palavras, aquilo que já foi feito e, sobretudo, que se está no bom caminho. “Seria difícil fazer mais e melhor em tão pouco tempo. Existimos como Nação há 39 anos, mas só agora estamos em condições de dedicar todas as nossas energias e recursos em prol do desenvolvimento do país e do bem-estar dos cidadãos e suas famílias”, realçou.
Manuel Vicente lembrou que as armas de guerra já se calaram, ninguém mais mata e intimida o povo e já existem menos minas nas lavras erealçouos avanços alcaçados com a livre circulação de pessoas e bens de uma província a outra, sem medo de emboscadas nas estradas.Nação Angola – enfatizou – “agora só está preocupada com a produção, o trabalho, o salário, a escola, a saúde, a assistência médica, a habitação e o bem-estar dos seus filhos e das família”.
O Vice-Presidente falou também do Orçamento Geral do Estado para 2015, referindo que, apesar de alguns constrangimentos resultantes da queda do preço do petróleo no mercado internacional, o OGE do próximo ano prevê a afectação de recursos significativos para os sectores sociais da saúde, educação e assistência social.
O Executivo tem a intenção de adoptar um plano de contingência que prevê a construção de mais de 60 mil salas de aulas e a formação de mais de 126 mil professores, com o objectivo de integrar o número de alunos que ainda se encontra fora do sistema escolar, disse Manuel Vicente às pessoas concentradas em Catchiungo.
O Vice-Presidente da República sublinhou no entanto que, infelizmente, não se vai poder dar a velocidade que se pretendia na execução de todos os projectos de natureza económica, social e cultural, em virtude da actual situação económica e financeira difícil causada pela baixa do preço do petróleo. Mas no caso particular do Huambo, assegurou: “vamos dar seguimento prático ao Programa Operativo Especial, adoptado para esta província, que visa melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos, sobretudo dos mais vulneráveis”.
Manuel Vicente disse ainda que o Executivo pretende que a província do Huambo tenha mais energia, iluminação pública, água, educação, aumento da produção agrícola, obras públicas, indústrias e transportes públicos e anunciou que,apenas no domínio da saúde,o Executivo pretende construir e apetrechar 25 hospitais comunais, reabilitar e apetrechar 52 postos e centros de saúde e aumentar o número de médicos formados com uma Faculdade de Medicina no Huambo.
Aos antigos combatentes, o Vice-Presidente anunciou que o Executivo está a trabalhar para que,ao longo de 2015, sejam construídas no Huambo cerca de 200 casas, numa altura em que está igualmente aprovada a construção e apetrechamento do Centro de Acolhimento Regional Sul para os antigos combatentes e veteranos da pátria.