Modernização Administrativa exige sistema de governação mais eficaz

Especialistas ao Fórum sobre Modernização Administrativa, realizado sexta-feira em Luanda, sugerem mais debates e promoção de soluções que sejam capazes de transformar o sistema de governação nacional, tornando-o mais eficaz e eficiente.

De acordo com o director-geral do Instituto de Modernização Administrativa (IMA), Meick Lopes Afonso, o que se pretende é garantir um sistema de governação   menos oneroso e participativo.

“Com o incremento do uso das novas tecnologias, a capacitação e valorização dos recursos humanos em todas as áreas que se revelarem necessárias a um desempenho de alta qualidade do Estado, certamente Angola estará habilitada a continuar a dar passos firmes para o desenvolvimento nacional”, disse o responsável, no final do evento, aberto pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida.

A governação electrónica, acrescentou, contribui para o crescimento da economia digital, o que impulsiona a melhoria do ambiente de negócios e promove o desenvolvimento sustentado, contribuindo assim para redução dos níveis de pobreza e as desigualdades ao proporcionar maior acessibilidade aos serviços do Estado e a oportunidades sócio-económicas.

A adopção de soluções de inteligência artificial, computação em nuvem, Big Data, segurança cibernética, Internet das coisas e a robótica avançada, serão fundamentais para a interoperabilidade e a concretização da Agenda de Transição Digital da Administração Pública.

Segurança cibernética

O administrador executivo do Fundo Soberano Pedro Teta defendeu a definição do perímetro cibernético de Angola, com vista a garantir a segurança digital do país.

Para o também académico e um dos especialistas na matéria, há uma área que deve ser muito bem estabelecida que é da soberania cibernética que o Instituto de Modernização Administrativa terá que definir.

“Isso acontece em qualquer parte do mundo e nisto o IMA tem um grande papel por causa dos ataques cibernéticos”, disse, para sublinhar que não se pode pensar que todos os sistemas são feitos pelo IMA. “É preciso, também, promover os empresários, daí a necessidade de se fazer bem essa separação”, acrescentou.

O especialista afirmou que Angola tem sofrido ataques cibernéticos e que cada vez mais o país é atacado. “Mesmo individualmente, muitas vezes por falta de cultura, não sabemos que estamos a ser atacados”, disse, para acrescentar que são gastos biliões de dólares em cibersegurança a nível mundial.

“Às vezes temos vergonha de dizer que fomos atacados, incluindo os bancos e não divulgamos para não assustarmos os clientes e não se sintam ameaçados”, disse Pedro Teta, sublinhando a existência de um organismo de protecção de dados.

Vários ataques

O PCA da Angola Cables, que já dirigiu também o Serviço de Tecnologia de Informação do Ministério das Finanças,  recordou que na época o Ministério sofria mil ataques por segundo.

Augusto Mota de Carvalho referiu que os hackers não penetravam, porque o Ministério tinha apostado na segurança dos seus sites e muita gente criticava, porque  pagava-se muito caro. “Não se pode vacilar com a segurança, é coisa séria e não se pode brincar com a soberania de um país”.

Angola Digital  

Para Pedro Teta, o “Angola Digital” deve ser um plano de acção desenhado para ser o motor da transformação do país, através da capacitação digital das pessoas, da transformação digital das empresas e do próprio Estado.

O plano, realçou, deve contribuir para acelerar  Angola, projectar o país para o mundo e deve reflectir a estratégia para a transição digital.

FacebookTwitterGoogle+