Moageira de Luanda reduz a importação de farinha de trigo

Fotografia: Eduardo Pedro | Edições Novembro

Fotografia: Eduardo Pedro | Edições Novembro

Angola passa a poupar 192 milhões de dólares com a instalação de fábricas de moagens de trigo em Luanda e no Lobito que reduz a importação desse produto em 60 por cento.

Números oficiais indicam que, só no ano de 2015, o Governo angolano gastou 320 milhões de dólares (272 milhões de euros) para importar 510 mil toneladas de farinha trigo.
O grupo privado que investiu 100 milhões de dólares numa fábrica de moagem de trigo na área do porto de Luanda prevê realizar um segundo investimento do género no Porto do Lobito, tendo já luz verde do Governo.
A primeira unidade da Grandes Moagens de Angola (GMA) foi lançada em 2015 e começou a funcionar no final de Maio, numa área de 35 mil metros quadrados concessionada pelo Porto de Luanda, permitindo, segundo os promotores, cortar 60 por cento da importação de farinha de trigo, de mais de 500.000 toneladas anuais.
As instalações da GMA, em Viana, ocupam uma área total de, aproximadamente, 30 mil metros quadrados, divididos por um edifício industrial, dois armazéns de produtos finais, uma área de armazenamento de matérias-primas (silos) para 45 dias de produção.
O empreendimento compreende uma área técnica, composta por várias utilidades, edifício de escritórios com laboratório próprio e padaria industrial à escala laboratorial para formação da indústria local, cantina e parque para camiões, equipamentos específicos para descarregar e carregar navios de grande capacidade.
O ensacamento final da farinha vai ser efectuado em sacos de 50 quilogramas, sendo posteriormente peletizados e armazenados até à expedição. O armazém de farinha tem uma capacidade para cinco dias de reservas.
O sub-produto farelo será peletizado e armazenado em armazém horizontal, a granel, sendo posteriormente expedido, quer por navio, por camião ou comboio, dependendo do seu destino final.
O armazém de farelo peletizado tem capacidade para 30 dias de armazenamento.Dados do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), em 2014 e 2015, indicam que Angola consumiu 570 milhões de dólares na importação de farinha de trigo. Em 2014, foram gastos 250 milhões de dólares para 470 mil toneladas.
Estima-se que, até 2020, o consumo de farinha de trigo em Angola venha a ser, em média, de 730 mil toneladas/ano. O investimento em Viana, de acordo com um Decreto Presidencial de 16 de Agosto, deve repetir-se no Porto do Lobito.
No documento, assinado pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, refere-se que a GMA pretende instalar uma fábrica de moagem de trigo para a produção de farinha, exploração de silos e infra-estruturas de apoio e a descarga de navios com trigo a granel no Porto do Lobito.
“Vai contribuir para o aumento das operações portuárias, promovendo e potenciando desta forma o investimento efectuado neste porto”, justifica o mesmo decreto, que autoriza a empresa pública que gere o Porto do Lobito a entregar à GMA, por um período de 30 anos, renováveis, a concessão de uma área de 30.000 metros quadrados sob sua jurisdição.
O decreto presidencial explica que “a concessão dominial é um instrumento legal e adequado para atrair a iniciativa privada para a exploração de actividades de interesse público em áreas de jurisdição portuária e ao mesmo tempo mantê-las sob controlo do poder público, dada a sua importância para o desenvolvimento do país”.
A primeira unidade da Grande Moagem de Angola, no Porto de Luanda, que envolveu a portuguesa Afaplan na gestão do projecto de construção, representa um investimento privado superior a 100 milhões de dólares, conforme contrato com o Estado angolano, prevendo processar diariamente quase 1.200 toneladas de trigo.

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