Ministro destaca impacto da interligação eléctrica no OGE

A implementação do projecto de interligação dos sistemas de energia eléctrica do país poderá reduzir, de forma substancial, a sobrecarga que o sector tem a nível do Orçamento Geral do Estado (OGE).

De acordo com o OGE aprovado para 2022, o sector da energia representa um peso de 2,22% nas despesas do Estado.

A informação foi prestada pelo ministro da Energia e Água, João Baptista Borges, momentos depois de ter inaugurado a subestação Eléctrica do Belém do Dango,   periferia da cidade do Huambo,   em acto testemunhado pelo Presidente da República, João Lourenço.

João Baptista Borges disse que o  Governo angolano está empenhado na concretização do projecto de interligação do sistema nacional de electricidade.

Conforme o governante, a inauguração da subestação do Belém do Dango representa a prova viva dos esforços que Executivo tem desenvolvido, com vista a reduzir os custos que  representam para o OGE, através do aproveitamento dos sistemas hidroeléctricos.

Acrescentou que os resultados, neste domínio, já são satisfatórios e impulsionadores para a continuação da implementação dos projectos.

Só para se ter uma ideia, disse o ministro, a entrada em funcionamento  da Subestação do Belém do Dango, que interligou o sistema eléctrico das cidades do Bailundo, Caála e Huambo, bem como do Cuito, província do Bié, à barragem Hidroeléctrica de Laúca, em Malanje, permitiu a  redução de 110 milhões de litros de combustíveis gastos por ano.

Disse que esta quantidade de combustível equivale a mais de 14 mil milhões de Kwanzas, quando, doravante serão gastos apenas dois milhões, com uma poupança de acima de 80 por cento.

Na mesma senda, acrescentou que a ligação do sistema de energia de Benguela,  entre Gabela e Quileba, permitiu, igualmente, a redução de 170 milhões de litros por ano, para um milhão, o que corresponde a uma poupança de mais de KZ 22 mil milhões, para mais de 135 milhões.

João Baptista  Borges referiu que os valores em causa terão uma incidência positiva a nível do OGE, não apenas em reduzir o peso que o sector representa nas despesas do Estado, mas, sobretudo garantir que o governo tenha maiores possibilidades para executar outros projectos sociais, com foco no desenvolvimento da população.

Em termos de projectos, disse em curso as obras da barragem de Cacula Cabaça, no Cuanza Norte, com uma capacidade para gerar dois mil megawatts.

Explicou que o projecto, com financiamento garantido para a sua conclusão, enquadra-se nos desafios do Governo angolano de elevar a capacidade energia para oito mil megawatts em todo país até 2025, para além do aproveitamento de 75 por cento da energia solar.

Governo prevê interligar 16 províncias  até 2027

Os projectos de interligação dos sistemas eléctricos, iniciados em 2014, prevêem, até 2027, elevar de dez para 16 o número de províncias a interligar nos sistemas de aproveitamento hidroeléctricos do país.

Segundo o ministro, a intenção visa  melhorar o fornecimento de energia eléctrica à população, tendo em conta o seu impacto na promoção do desenvolvimento socioeconómico.

Esclareceu que, numa primeira fase, serão abrangidas as capitais provinciais e as sedes municipais, por albergarem maior número de cidadãos com necessidades deste bem, para além dos estabelecimentos comerciais.

Angola – na rota da interligação regional

Com a interligação do sistema eléctrico nacional, Angola começa a dar passos positivos  para garantir a sua conexão com as regiões Norte, Leste e Sul do continente, uma meta que se pretende atingir durante o quinquénio 2027-2032.

O ministro referiu que a efectivação do projecto, com um investimento acima dos três mil milhões de dólares norte-americanos, será feito mediante a  ligação de Angola com a Republica Democrática do Congo, na região Norte, para a entrada do país no mercado da África Central, enquanto no mercado Leste e  Sul do continente, resultará da conectividade eléctrica com Zâmbia e Namíbia, respectivamente.

Ainda para o período 2027-2032, está igualmente previsto o  plano de interligação de Soyo-Cabinda, através de um cabo submarino.

A Subestação Eléctrica do Belém do Dango, instalada de 900 MVA e uma disponibilidade de 810 megawatts,  está a beneficiar, já desde 2019, mais de um milhão de habitantes das cidades do Bailundo, Caála, Huambo e Cuito (Huambo).

O projecto, que contempla a transportação de energia eléctrica de 400 quilómetros e três subestações, vai interligar as províncias da Huíla, Cuando Cubango, Cunene e Namibe à barragem de Laúca, na província de Malanje.

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