Militares apostam na formação académica
O ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, exortou os militares no activo a apostarem na formação académica e sócio-profissional, para que tenham espaço garantido no mercado de trabalho e na sociedade civil depois de cumprido o serviço militar.
Ao discursar no acto central das comemorações do 23º aniversário do Exército, que decorreu na comuna da Chipipa, província do Huambo, o ministro da Defesa disse que as Forças Armadas Angolanas entraram para uma nova fase da sua modernização, com a introdução do processo de reforma militar.
“O processo de modernização envolve outras componentes, onde a cooperação internacional ocupa um lugar de destaque”, assinalou, afirmando que a paz e segurança não se confinam somente ao contexto nacional de um determinado país.
A paz e segurança, disse, constituem um problema de cariz mundial e está relacionado com a atitude que deve ser assumida pelos exércitos modernos em relação às chamadas forças negativas, que se caracterizam pela prática de crimes que envolvem narcotráfico, tráfico de seres humanos, armas e munições, crimes ambientais, contrabando de veículos, imigração ilegal, garimpo de recursos naturais estratégicos e terrorismo internacional.
João Lourenço definiu como pressupostos fundamentais para um exército forte, a educação dos seus militares, a disciplina e o aumento do nível de organização das estruturas militares. “O sector da Defesa vai continuar a trabalhar na criação de incentivos que permitam adequar as Forças Armadas Angolanas aos desafios do país na arena nacional e internacional”, assegurou João Lourenço.
Sobre a criação do Exército, a 17 de Dezembro de 1991, disse que este passo traduziu a materialização da vontade política dos angolanos em pôr fim ao conflito armado e lembrou que não obstante a crise militar registada após as eleições de 1992, o Exército cumpriu sempre todas as missões que lhe foram confiadas, defendendo com destreza, determinação e elevado espírito patriótico a Independência Nacional, a soberania e a unidade da Nação.
O ministro sublinhou que o fim do conflito armado permitiu organizar forças e meios, uma nova doutrina e definir as estratégias e acções a serem implementadas na nova conjuntura do país, numa altura em que se está a cumprir o programa de modernização das FAA.
Ao longo destes anos foram executadas importantes acções, com destaque para a construção de infra-estruturas como quartéis, armazéns para conservação de meios e materiais e unidades de atendimento médico e medicamentoso. O ministro João Lourenço rendeu homenagem a todos os oficiais, sargentos e praças que no ramo militar consentiram sacrifícios, dando a sua vida em defesa dos nobres ideais da luta em defesa do país, proporcionando desenvolvimento, progresso e bem-estar social.
A trajectória dos órgãos de Educação Patriótica das Forças Armadas Angolanas foi recordada na cidade do Huambo pelo chefe do Estado-Maior general adjunto para esta área, general Egídio de Sousa Santos.