Mercado de Angola aberto aos italianos

Fotografia: Santos Pedro
O ministro angolano da Economia, Abraão Gourgel, anunciou, em Roma, que Angola e Itália preparam um plano de acção com benefícios financeiros nos dois mercados.
O anúncio foi feito depois de um encontro com a ministra italiana do Desenvolvimento Económico, Frederica Guidi, no qual também participou o titular angolano da Energia e Águas, João Baptista Borges.
Abraão Gourgel disse que no encontro foi decidido acelerar a execução de projectos empresariais conjuntos em Angola destinados à diversificação da economia.
A ministra Frederica Guidi, referiu, manifestou interesse de empresários italianos participarem de forma dinâmica na diversificação da economia angolana e que sejam concretizadas as iniciativas de negócios entre os dois países”.
Abraão Gourgel também revelou que uma missão empresarial italiana se desloca em Maio a Angola para preparar as condições para a realização de um outro fórum para a análise de “projectos estruturantes conhecidos como aceleradores da diversificação económica”.
A ministra italiana, disse, confia que as boas relações políticas entre os dois países vão ser aprofundadas pela cooperação económica.
O ministro angolano, que declarou que vai ser assinado um memorando de entendimento para servir de suporte à concretização do plano de acção projectado pelos dois países, disse esperar que a vontade manifestada durante a reunião seja o início de acções práticas. Angola, disse, quer avançar com projectos incluídos na agenda do programa do Executivo de curto prazo”.
Convencer pelos números
Todas as actividades realizadas durante o Fórum Económico Angola-Itália, acentuou o ministro da Economia, superaram as expectativas e o que foi orientado pelo Presidente da República.
Na mesa-redonda, no Ministério italiano das Relações Exteriores, Abraão Gourgel fez uma abordagem da evolução da economia angolana e mencionou os números do crescimento do ano passado, 5,1 por cento, durante o qual o sector do petróleo aumentou 2,6 por cento e o não petrolífero, 6,5.
O ministro realçou a estabilidade financeira obtida com a disciplina orçamental, o grande esforço do aumento das receitas públicas, que permitiu ao Estado somar ao Orçamento Geral do Estado saldos globais superavitários, e um controlo total da dívida pública em 26,6 por cento do PIB contra 50 por cento em 2009.
A dívida externa constitui apenas 17,3 por cento do Produo Interno Bruto contra 20,2 por cento em 2009, disse e sublinhou que Angola tem uma disciplina fiscal associada a uma política monetária de estabilidade que permitiu, pelo controlo da procura global, reduzir a inflação anual para níveis de um dígito e situar-se em Dezembro em 7,69 por cento.
A taxa de inflação de 2013, prosseguiu, deu-se sem o sacrifício do crescimento económico por ter sido assegurada a liquidez necessária para financiar a economia, as infra-estruturas, as necessidades de investimento público e o Orçamento Geral do Estado.
Abraão Gourgel, que informou os presentes sobre aspectos relacionados com a taxa de câmbio, que se mantém abaixo em cem kwanzas desde 2010, disse que as Reservas Internacionais Líquidas subiram de 12 mil milhões de dólares em 2009 para mais de 33 mil milhões no final do ano passado.
O ministro mencionou os sectores da agricultura, pescas, indústria transformadora, construção e serviços mercantis como dinamizadores da economia.