MENSAGEM À NAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA
“ Angolanas e Angolanos,
Caros Compatriotas,
No início desta semana, durante cerca de dois dias, o país viveu momentos de angústia
com os tumultos ocorridos cujo epicentro foi a cidade de Luanda.
A greve e as manifestações são direitos dos cidadãos consagrados na Constituição e
na Lei, quando elas se realizam com o fim único de reclamar direitos ou protestar
contra eventuais incumprimentos ou violações desses direitos por parte dos poderes
públicos ou entidades patronais.
O que assistimos desde segunda-feira foram actos premeditados de destruição de
património público e privado, assalto e pilhagem de estabelecimentos comerciais,
ameaças e coacção a pacatos cidadãos para não circularem, não se apresentarem ao
trabalho mesmo usando meios próprios de locomoção e não sendo taxistas, única
classe que declarou greve.
Isto é grave, isto é crime punível e condenável!
Evidentemente que as forças da ordem actuaram no quadro das suas obrigações e,
por isso, a ordem foi prontamente restabelecida, a vida voltou ao normal mas as
consequências dos actos protagonizados por cidadãos irresponsáveis manipulados
por organizações antipatriotas nacionais e estrangeiras através das redes sociais,trouxe o luto, a destruição de bens públicos e privados, a redução da oferta de bens
essenciais e de serviços às populações e o desemprego dos angolanos que
trabalhavam nesses estabelecimentos comerciais.
Condenamos veementemente tais actos criminosos, lamentamos a perda de vidas
humanas e aproveitamos a oportunidade para expressar, no nosso nome e no do
Executivo angolano, os nossos mais profundos sentimentos de pesar a todas as
famílias enlutadas e votos de rápidas melhoras aos feridos como consequência dos
tristes acontecimentos.
Dirigimos os nossos agradecimentos às forças da ordem, aos órgãos da justiça, aos
profissionais da saúde, que prontamente atenderam os feridos nas nossas unidades
hospitalares com o fito de salvar vidas, aos partidos políticos, igrejas, organizações
da sociedade civil e todos quantos, de forma clara e sem ambiguidade, se
pronunciaram publicamente, condenando a barbárie que assistimos nestes dias.
Vinte e três anos depois do fim do conflito armado e no ano em que o país comemora
50 anos da proclamação da sua Independência Nacional, não podemos aceitar nem
tolerar mais dor e luto entre os angolanos.
Compreendemos que temos ainda muitos problemas sociais por resolver, o Estado
está a fazer o seu melhor, investindo na área social, na saúde, educação, habitação e
criação de emprego, com a admissão massiva de profissionais da saúde, da educação,
com a formação profissional e com as grandes obras públicas de construção de infra-
estruturas rodoviárias, portuárias, aeroportuárias, de energia e de água,
particularmente das grandes barragens do programa de combate aos efeitos da seca
no sul de Angola, no Cunene, Huíla e Namibe, que absorvem muita mão de obra
proveniente de todo país.As obras de construção de infra-estruturas nas novas províncias vão igualmente
oferecer emprego a milhares de jovens que se interessem pelo trabalho. O Estado não
pode ser o único empregador, contamos também com o sector privado, o cooperativo
e com o autoemprego que, justiça seja feita, têm feito também o seu melhor no que
diz respeito à oferta de postos de trabalho.
Os actos de vandalismo contra empresas e estabelecimentos comerciais de privados,
só vêm desencorajar o investimento privado e, com isso, reduzir a oferta de bens e
serviços e de emprego para a nossa população, por isso esses actos ocorridos só
podem ser entendidos como actos de sabotagem à economia, com vista a agravar
ainda mais a situação social que vivemos.
O Executivo angolano decidiu aprovar, já na segunda-feira próxima, medidas de apoio
às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista à mais rápida reposição de
stocks e manutenção dos postos de trabalho ameaçados.
Este episódio só vem confirmar que a educação dos nossos filhos, dos jovens que
serão as mulheres e homens do amanhã, não está nas plataformas e redes sociais
que não tem rosto nem identidade, mas na família, na escola e na comunidade
comprometida com o presente e o futuro de Angola.
Por isso devemos concluir que o Estado, a família, as igrejas e as organizações da
sociedade civil têm ainda muito trabalho por fazer nos domínios da educação cívica,
moral e académica dos nossos adolescentes e jovens.Quem quer que seja que tenha orquestrado e conduzido esta ação criminosa, saiu
derrotado e ajudou-nos a todos, ao Executivo e à sociedade, a tomar medidas
preventivas e melhores formas de reagir em caso de reincidência, com vista a
minimizar os danos sobre as pessoas e o património.
VIVA ANGOLA! “
SECRETARIA DE IMPRENSA | PALÁCIO PRESIDENCIAL em Luanda, 1 de Agosto de 2025
MENSAGEM À NAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA