Marinheiros alemães e angolanos em manobras conjuntas

Fotografia: João Gomes

Fotografia: João Gomes

Unidades da marinha angolana e alemã realizam na próxima terça-feira, na costa angolana, um exercício militar que visa preparar a estratégia de combate à pirataria marítima, anunciou ontem em Luanda o comandante de uma das fragatas alemãs que atracaram no porto da capital angolana.

O capitão-de-mar-e-guerra Andreas Seidl falava em conferência de imprensa, após a chegada ao Porto de Luanda dos três navios da Força Operacional e de Formação da Marinha Alemã, que permanecem em Luanda durante três dias.
Andreas Seidl disse que o exercício naval “Obangame Express”vai ser realizado a duas milhas da costa angolana. “Vamos realizar acções simuladas de interpelar um navio pirata em acção. Nas acções, um dos três navios é utilizado como pirata”, esclareceu o oficial.
O comandante manifestou a sua satisfação por ter conseguido organizar um exercício comum e disse que a visita dos navios da marinha alemã a Angola pode ser visto como um primeiro passo no sentido de uma cooperação militar mais estreita entre os dois países.
Questionado sobre a possibilidade da Alemanha fornecer equipamentos a Angola, Andreas Seidl disse que, até ao momento, a cooperação militar entre os dois países visa, essencialmente, a formação de oficiais e cadetes angolanos na Alemanha, através de programas já preparados. “Mas estamos dispostos a ampliar esta cooperação à área técnica. Alguns dos nossos especialistas podem ser enviados para trabalhar em Angola, desde que os dois ministérios da Defesa cheguem a um acordo neste sentido”, referiu.
Segundo o capitão-de-mar-e-guerra Andreas Seidl, a Alemanha pode também contribuir para o reforço da segurança na costa africana e combater a pirataria marítima na região do Golfo da Guiné.
O embaixador da Alemanha em Angola, Rainer Muller, presente no local, considerou Angola um país influente e poderoso parceiro em África. “Eu não conheço nenhum outro país que, depois de uma longa guerra civil, não só conseguiu manter a estabilidade interna, mas também se empenha, muito activamente, em pacificar conflitos regionais”, elogiou o diplomata alemão, para quem isso é uma “verdadeira proeza de paz”. Rainer Muller felicitou todo o povo angolano por essa proeza.

Fuzileiros navais 

Cerca de cem efectivos da Marinha de Guerra Angolana (MGA) concluíram sexta-feira, no município de Ambriz, Bengo, o 22º curso de instrução militar geral, na Escola de Fuzileiros Navais. Durante 90 dias, os alunos receberam aulas sobre técnicas e tácticas de combate, educação patriótica, serviços de unidade e instrução combativa.
No encerramento do curso, o chefe do Estado-Maior da MGA, vice-almirante Francisco José, disse que, com esta acção, as Forças Armadas Angolanas (FAA) ganham mais capacidade. Francisco José manifestou a sua satisfação pelo aproveitamento dos alunos e sublinhou que as FAA devem pautar a sua conduta pelo civismo e patriotismo.
O comandante da Escola de Fuzileiros Navais da MGA, Marcelo de Carvalho, considerou que o momento actual é de grande exigência e rentabilização dos recursos disponibilizados. A Escola de Fuzileiros Navais da MGA foi fundada a 25 de Março de 1994. Este estabelecimento militar, integrado no subsistema de ensino da Marinha de Guerra Angolana, está sob dependência da Direcção de Preparação Combativa e Ensino.

Telecomunicações

Os especialistas dos órgãos das telecomunicações dos três ramos das FAA terminaram sexta-feira no Ambriz a sua XII Reunião Metodológica. Os técnicos avaliaram o estado de organização e asseguramento das telecomunicações das FAA e fizeram o balanço do cumprimento da preparação operativa, combativa, educativa e patriótica do ano de instrução 2014.Os especialistas de telecomunicações abordaram o sistema de comando e direcção, a imigração digital e a gestão do espectro rádioelétrico, a agência “Angosat” e a rede nacional de fibra óptica.
No acto de encerramento, o segundo comandante da Marinha de Guerra de Angola (MGA) para a área de Educação Patriótica, vice-almirante Lando Filipe, sublinhou que, durante dois dias, os temas agendados foram debatidos com profundidade e encontradas respostas para muitas preocupações das telecomunicações que asseguram o sistema de comando e direcção das FAA.
O vice-almirante referiu que os avanços tecnológicos actuais nas comunicações, muitos dos quais já acessíveis à população, exige que os técnicosde telecomunicações das Forças Armadas avaliem a questão da segurança na transmissão de matérias de interesse militar que podem colocar em risco segredos de Estado.
O vice-almirante defendeu que o uso das novas tecnologias não implica o abandono dos meios tradicionais que têm maior segurança e são menos propensos a interferências.
“É de reconhecer que, a nível interno, o Estado angolano está a investir grandemente nas telecomunicações, com o lançamento de uma rede básica em fibra óptica, já com uma cobertura acima da metade do país, e na aquisição de um satélite cuja instalação caminha a passos largos. As Forças Armadas serão um dos utilizadores dessas infra-estruturas”, destacou o segundo comandante da MGA.

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