Marinhas da CPLP reunidas em Maputo

Fotografia: José Soares

Fotografia: José Soares

O comandante da Marinha de Guerra Angolana (MGA), almirante Augusto da Silva Cunha, participa desde segunda-feira, em Maputo, num simpósio de quatro dias sobre as Marinhas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Um comunicado da MGA refere que o encontro se destina a promover o diálogo, incrementar a cooperação, partilhar experiências organizacionais entre as Marinhas da CPLP e estreitar os laços de amizade.
O vice-ministro moçambicano da Defesa, que presidiu à sessão de abertura, dissertou sobre “Importância do Mar para o Desenvolvimento dos Países da CPLP”, que é também é o tema da reunião.
Parício José, que defendeu uma estratégia conjunta para os territórios marítimos dos países de língua portuguesa, recordou estimativas que colocam este espaço comum como o quarto maior produtor mundial de hidrocarbonetos até 2025.
“Urge a elaboração de uma estratégia conjunta para os mares da lusofonia que constitua um instrumento indispensável na definição de políticas e das estratégias para os oceanos”declarou.
Uma visão comum, referiu, pode contribuir para uma ampla oportunidade de uma cooperação internacional em domínios essenciais para o desenvolvimento sustentável das actividades ligadas ao mar, pois os países da comunidade distribuem-se por vários oceanos. “As recentes descobertas de gás em Moçambique, que segundo as estimativas o colocarão na terceira posição deste recurso, atrás da Rússia e do Qatar, tornam a CPLP incontornável na geopolítica deste recurso da exploração de hidrocarbonetos”, disse Patrício José, que realçou que a organização pode ter “um papel preponderante nas relações internacionais” e afirmar a lusofonia entre os dos criadores internacionais do desenvolvimento. Os mares da CPLP, no seu conjunto, prosseguiu, somam cerca de 7,2 milhões de quilómetros quadrados, 2,5 por cento do total da superfície marítima global, o que reflecte “uma imensidão de rotas comerciais, recursos estratégicos e de potencialidades geoestratégicas e geopolíticas, que importa conhecer, potenciar e proteger”. Patrício José salientou que o investimento em segurança marítima entre as Marinhas gera sinergias de emprego num contexto de afinidade cultural em que dois terços das populações dos Estados-membros vivem em zonas costeiras.
O orador disse que há também “a grande importância social e económica” da pesca comercial e artesanal, que “pode servir de alavanca para o desenvolvimento sustentável dos povos”.
A delegação angolana no IV Simpósio das Marinhas da CPLP, chefiada pelo almirante Augusto da Silva Cunha, salientou as responsabilidades de cada Estado inerentes aos seus espaços de soberania.
No caso de Angola, declarou Augusto da Silva Cunha, que o Executivo tem como desafios a costa, a Zona Económica Exclusiva, uma plataforma continental com muitas riquezas que importa garantir e o trânsito de uma quantidade enorme de navios.
O encontro, que decorre no Instituto Superior de Estudos de Defesa Tenente-General Armando Guebuza, na Matola, arredores de Maputo, termina amanhã.
Fazem parte da CPLP, Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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