Margaret Chan solidária
O ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, fez ontem em Luanda o ponto da situação do quadro epidemiológico da febre-amarela e paludismo no país e considerou haver uma “evolução positiva”, na medida em que o número de óbitos está a diminuir e o atendimento às unidades sanitárias está a melhorar.
A justificar a evolução positiva do quadro sanitário do país, o ministro mencionou o facto de desde o início das epidemias, o Executivo ter desenvolvido uma ampla campanha de vacinação e terem melhorado as condições do saneamento e cuidados aos pacientes.
Luís Gomes Sambo fez estas declarações à imprensa no termo da visita que a directora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, efectuou ao Hospital Geral de Luanda. O ministro reconheceu haver ainda muito para fazer, sublinhando que, de uma forma geral, o balanço é positivo, porque o número de óbitos diminuiu e o atendimento nas unidades sanitárias melhorou. “Vamos continuar a trabalhar”, assegurou.
O ministro anunciou para hoje discussões mais amplas sobre a estratégia do Executivo no quadro do controlo das duas epidemias. “A presença da directora da Organização Mundial da Saúde é importante para partilharmos aquilo que fazemos e darmos a conhecer sobre a situação epidemiológica real do país, bem como ouvirmos as recomendações que esta organização tem em relação ao que estamos a fazer”, disse Luís Gomes Sambo.
Directora-geral da OMS
A directora-geral da OMS, Margaret Chan, e a directora regional da mesma organização, Matshidiso Moeti, trabalham desde ontem em Luanda com as autoridades sanitárias do país, no quadro da cooperação entre Angola e a organização mundial, numa altura em que o país está a ser assolado por duas epidemias.
À chegada, a directora-geral da OMS foi recebida no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro pelo ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo. Margaret Chan reuniu ontem de manhã com responsáveis da Unicef e outras agências das Nações Unidas que trabalham em Angola. Ontem à tarde visitou o Hospital Geral de Luanda, no bairro Camama, onde constatou o funcionamento e capacidade da instituição hospitalar. A médica percorreu as principais áreas que compõem a unidade sanitária, como o banco de colheita de sangue, e a área de tratamento da febre-amarela do Gabinete Provincial de Luanda.
A médica de medicina interna do Hospital Geral de Luanda Ana Araújo informou que a unidade registou nos últimos meses 122 casos de febre-amarela, dos quais 67 pacientes receberam alta.
Ana Araújo disse que os pacientes de febre-amarela que acorrem aos serviços médicos na unidade estão na faixa etária dos dez aos 40 anos. As campanhas de sensibilização e vacinação têm contribuído para manter alguma estabilidade do ponto de vista de afluência à unidade.
Margaret Chan visitou ainda ontem o posto de vacinação instalado na Igreja de São Paulo, onde decorre uma grande campanha de combate às duas epidemias. No local, Margaret Chan encorajou o trabalho e as iniciativas de sensibilização levadas a cabo pelos jovens voluntários da comunidade. “Com o vosso trabalho podem ajudar muita gente na comunidade a prevenir doenças”, afirmou Margaret Chan, que também visitou a Cidade do Kilamba.