Mãos à obra em Luanda

Fotografia: Francisco Bernardo

Fotografia: Francisco Bernardo

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, empossou ontem os governadores provinciais de Luanda e do Cuando Cubango, Higino Lopes Carneiro e Pedro Mutindi, numa cerimónia realizada no Salão Nobre do Palácio da Cidade Alta, na presença dos ministros de Estado e chefes da Casa Civil, Edeltrudes Costa, e da Casa de Segurança, Manuel Hélder Vieira Dias, membros de Departamentos Ministeriais e altos responsáveis do Gabinete Presidencial.

Aos novos titulares, ambos com vários anos de experiência na governação, com passagens pelo Governo Central e por governos provinciais, o Presidente da República desejou êxitos nas novas funções.
Ao sinalizar a necessidade de se pôr rapidamente mãos à obra, o Presidente reuniu-se logo a seguir com os dois governadores, para falar sobre os respectivos planos de acção, num encontro em que participaram apenas o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Edeltrudes Costa, e da Administração do Território, Bornito de Sousa.
Nas primeiras declarações à imprensa, o novo governador de Luanda admitiu que assume uma província com “múltiplos problemas, que não podem ser resolvidos de uma só vez”. Higino Carneiro falou das prioridades da sua agenda, colocando na primeira linha a autoridade e segurança dos cidadãos, o saneamento e a limpeza urbana.

Mobilidade urbana

Ainda no que se refere às grandes prioridades, Higino Carneiro apontou para a mobilidade urbana, um problema cuja solução requer uma variedade de intervenções no que toca ao ordenamento do tráfego, tratamento dos pavimentos, dos passeios, das valas de drenagem, das sarjetas, da iluminação pública, da sinalização horizontal e vertical, e do respeito que os cidadãos devem ter pelo uso das passadeiras.
“Vemos hoje pela cidade (as passadeiras) transformadas em lugares de comércio, de abandono, enfim, de degradação daquilo que muito custou ao Estado”, observou o governador provincial de Luanda. Higino Carneiro relatou o constrangimento ao ver, no Largo da Independência, ex-1º de Maio, crianças a tomarem banho nos jardins e nos aquários que estão ali para embelezar. “A Polícia estava ali ao lado sem dizer nada. Isso representa falta de autoridade, falta de civismo e é preciso corrigir isso”, disse.
Ainda no que diz respeito às prioridades o governador provincial de Luanda indicou a energia e a água na mesma linha de importância que a organização e o exercício da direcção, que permita assegurar que os pressupostos indicados pelo Presidente da República sejam implementados em tempo útil.

Pedra de toque

Higino Carneiro considerou o Plano Director Metropolitano de Luanda “pedra de toque” para o melhoramento da vida das cidades e dos bairros e da província em si. “O PDML vai merecer toda a nossa atenção tendo em conta a sua importância e a necessidade urgente de se começar a implementar.” O novo governador provincial de Luanda também falou do lixo, que foi um dos maiores problemas do consulado do seu antecessor, Graciano Domingos. Higino Carneiro descartou qualquer “solução mágica” para o problema do lixo em Luanda, considerando que a solução do mesmo não é apenas um assunto do governador, mas do cidadão também. “Temos ideias e estudamos um conjunto de medidas, que, com o envolvimento da população, nos próximos tempos poderemos ver resolvido o problema do lixo”, prometeu.
Segundo o governador Higino Carneiro, dentro de aproximadamente três meses é implementado um novo figurino com a entrada de concessionários que vão ajudar a resolver no dia-a-dia a situação do saneamento e também do lixo. O governador provincial de Luanda disse ser apologista da comparticipação do cidadão na solução dos problemas da província. “É evidente que quem produz tem que pagar, mas o Estado tem de desenvolver acções que façam com que os cidadãos se sintam satisfeitos com o trabalho porque também ele comparticipa. É neste contexto que o pensamento está a ser direccionado e tornaremos público dentro dos próximos dias.”

Aviso à navegação

Para dar solução aos múltiplos problemas de Luanda, Higino Carneiro disse “contar com toda a gente”, mas atribuiu grande responsabilidade aos administradores municipais, de quem espera serem merecedores da confiança dos munícipes e do governador. “Eles (administradores) têm que ser responsabilizados pelo papel que desempenham e estou a contar com todos. Naturalmente aqueles que não merecerem a minha confiança e a confiança das populações vão ser substituídos”, prometeu. Quanto à província do Cuando Cubango, que sob seu o consulado desde 2012 conheceu progressos assinaláveis em praticamente todos os sectores, Higino Carneiro deixou uma mensagem de esperança e disse estar confiante em como a nova equipa vai dar conta do recado e vai saber conduzir a província a bom porto. “Estou convencido que o Cuando Cubango vai vencer”, assinalou.

Sentido de missão 

Nas primeiras declarações como novo governador provincial do Cuando Cubango, Pedro Mutindi deixou bem vincado o sentido de missão com que assume o cargo. Mutinde disse que parte para Menongue sem condicionalismos e focado em manter a dinâmica na execução dos projectos estruturantes da província e dar vazão às questões do dia-a-dia da população.
Na declaração que fez, Pedro Mutindi deixou claro que são para continuar e concluir os projectos de produção do arroz, de ferro do Cuchi, da criação de gado para produção extensiva em 40 fazendas agro-pecuárias, o grande projecto transfronteiriço de turismo Okavango/Zambeze, em que Angola exerce a sua acção com recursos partilhados com o Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.
O governador provincial do Cuando Cubango destacou também o Memorial da Batalha do Cuito Cuanavale, o projecto da Bacia Hidrográfica do Cuvango, além das questões fundamentais do dia-a-dia, como fornecimento de luz eléctrica e água e também os serviços de saúde e educação.

Unidade é a chave

Pedro Mutindi disse contar com o apoio e colaboração de todos e espera da população do Cuando Cubango um espírito de unidade. “Vamos com a firme convicção de trabalharmos com todos, de mãos dadas, honrando sempre um princípio de que somos fortes e invencíveis se lutarmos unidos. Se formos fracos e lutarmos divididos, podemos ser derrotados pela fome, pela miséria e pela doença. A unidade de todos é fundamental para podermos executar as tarefas orientadas pelo líder, pelo partido no poder e pelo Executivo angolano”, assinalou.

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