Mais igualdade no mundo rural

Fotografia: Jaimagem

Fotografia: Jaimagem

A deputada Albertina Teresa José falou sexta-feira, em Rabat, Marrocos, do trabalho que o Executivo tem realizado para a redução das assimetrias no meio rural.

A deputada intervinha numa reunião paralela à 65ª sessão do Comité Executivo dos Parlamentos, que discutiu a micro-finança como instrumento de luta contra a pobreza em África e de promoção da autonomia económica das mulheres.
A representante de Angola falou das tarefas do Executivo no âmbito do Programa Municipal de Desenvolvimento Rural e de Combate à Pobreza, consubstanciados na oferta de serviços básicos à população.
Albertina José, que lidera a delegação angolana no evento, salientou que com estas medidas o Executivo espera impulsionar o crescimento e desenvolvimento local, aliadas às políticas de apoio à mulher rural.
As integrantes do Comité das Mulheres Parlamentares Africanas, orientadas pela sua presidente, Ivone Wayisenga, dedicaram o dia a partilhar experiências e analisar possíveis saídas para a sustentabilidade do grupo alvo nos seus países. Salientaram que há quase 30 anos que o micro crédito e as micro finanças permitem uma melhoria significativa no desenvolvimento dos países do sul, contribuindo na luta contra a pobreza e fornecendo às populações, compostas maioritariamente por mulheres, serviços financeiros sustentáveis, capazes de apoiar as suas actividades económicas e, também, a fazer poupança.
Os problemas da grande maioria das mulheres do continente são comuns, a começar pelo baixo nível de instrução. As parlamentares foram unânimes em considerar que o problema não reside na ausência de crédito ou de micro finanças, mas de uma formação eficiente, que lhes permita gerir os recursos disponibilizados em investimentos sérios e com uma gestão coerente.
O Comité apela para uma parceria público-privada que obrigue a devolver o dinheiro do Estado, maior sensibilização para uma mudança de mentalidade que as torne mais responsáveis nos compromissos assumidos com as instituições credoras. Exigem programas de formação e enquadramento sobre liderança ou empreendedorismo e a criação, a nível dos países, de bancos de investimento rural.
Outra recomendação tem a ver com a criação de mecanismos jurídicos que protejam as mulheres empreendedoras da invasão familiar e do benefício de taxas baixas nos reembolsos.
As parlamentares exigem que os Governos cabimentem, nos orçamentos anuais, uma verba específica ao fomento de projectos ligados ao empreendedorismo feminino.
Ontem, teve início a 37ª Reunião dos Presidentes dos Parlamentos da União Africana, na qual devem ser debatidos temas relacionados com o combate ao terrorismo em África e o desenvolvimento sustentável a todas as dimensões como garantia da paz, segurança e progresso social e económico dos países africanos. Angola está presente no encontro apenas como observador, por não ter sido indicado um representante ao Fórum dos Presidentes das Assembleias Parlamentares da União Africana.

FacebookTwitterGoogle+