Líderes apontam caminhos para África

Foto: Pedro Parente

Foto: Pedro Parente

Líderes africanos e responsáveis da ONU reafirmaram neste domingo, em Addis-Abeba, Etiópia, o compromisso de tudo fazer para melhorar a imagem de África no mundo e lutar, de forma unida e efectiva, contras os principais males que “corrompem” o continente.

Ao intervir na cerimónia de abertura da 30ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, os estadistas e diplomatas lançaram “novas bases” para fazer de África um continente menos sofrível, livre da fome, da miséria e das catástrofes naturais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou na cerimónia o compromisso da ONU com África, que disse ser “uma das maiores forças do bem”.

Na sua declaração, condenou os mandatos duradouros nas lideranças políticas e as novas formas de escravatura, tendo solicitado maior apoio para as operações de manutenção de paz e segurança.

Considerou forte a parceria entre a África e as Nações Unidas, mas disse ser necessário fortalecer essa cooperação com todo o continente.

Para Guterres, a parceria poderia ser fortalecida em cinco áreas principais: a luta contra a corrupção; cooperação em paz e segurança; desenvolvimento inclusivo e sustentável; mudança climática; e migração internacional.

Afirmou, por outro lado, que combater o “impacto profundo e devastador” da corrupção, a evasão fiscal e os fluxos financeiros ilícitos (o tema principal da Cimeira da UA deste ano) exige um forte compromisso com a transparência e responsabilidade.

Em relação à migração internacional, o representante da ONU disse que essas migrações não só estimulam o crescimento econômico, reduzem as desigualdades e conectam sociedades diversas, como também ajudam a superar ondas demográficas de crescimento populacional e declínio.

Por sua vez, o Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, pediu aos Estados Africanos para ratificarem a Carta Africana da Juventude, e encorajou esforços para assegurar a transição na Somália. Condenou ainda a violência no Sudão do Sul.

Pediu sanções para as forças que atacam na Somália, e sugeriu a implementação do acordo para a realização de eleições na RDC, tendo apelado ao diálogo naquele país.

Quanto ao Mali, pediu mais apoio às forças conjuntas de paz, o mesmo para a Libéria.

Afirmou, por outro lado, que a situação no Shaara Ocidental deve ser resolvida com o apoio de todos.

Pediu o reforço da acção de luta contra o crime organizado e o terrorismo em África, que disse estar interdepende, além de saudar a reforma institucional em curso na UA.

Já o Presidente do Estado da Palestina e do Comité Executivo da OLP, Mahmoud Abbas, pediu que a África redobre esforços para fazer face às exigências dos conflitos.

Afirmou que isso só será possível se houver um trabalho conjunto de todos os Estados.

Afirmou que a crise na Líbia constitui prioridade da sua organização e da UA, tendo solicitado um papel mais activo para o problema da Líbia.

Afirmou que a Liga está pronta para responde ao problema da imigração naquele país.

A 30ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA que decorre sob o lema “Vencer a Luta Contra a Corrupção: Um Caminho Sustentável para a Transformação de África”.

Entre os documentos a analisar, constam os relatórios do Conselho de Paz e Segurança, as suas actividades e Ponto da Situação em África, assim como o respeitante ao Comité de Alto Nível para a Líbia, a cargo do Presidente congolês, Denis Sassou Nguesso.

De igual modo, devem ser apreciados o documento sobre as Questões da Zona de Comércio Livre Continental (ZCLC), sobre o qual se pronunciará o Presidente da República do Níger, Mahmadou Issoufou, e o Chefe de Estado gabonês, Ali Bongo Ondimba, sobre Alterações climáticas.

O relatório relativo à Promoção de Parcerias entre a União Africana e a Organização das Nações Unidas para o Reforço das Capacidades em Matéria de Operações de Manutenção de Paz vai ser apresentado pelo Presidente Jacob Zuma, da África do Sul.

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