Liderança forte na OMS-África
A presença do angolano Luís Gomes Sambo à frente do comité regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi um ganho extraordinário para o país, considerou, sexta-feira, em Cotonou, Benin, o ministro da Saúde.
No final dos trabalhos da 64ª Sessão da OMS África, realizada entre segunda e sexta-feira, José Van-Dúnem disse à Angop que Gomes Sambo elevou bem alto o nome do país, pela qualidade técnica e pelo bom nome que ele emprestou à organização.
\”Hoje, quando se fala do escritório regional, fala-se como uma organização tecnicamente capaz, de uma instituição bem organizada, com recursos bem geridos, buscando eficiência e, fundamentalmente, com uma grande capacidade de estabelecer ligações com instituições de investigação, com instituições financiadoras na região e fora dela\”, destacou.
O ministro admitiu que podia ser feito mais, por exemplo, conseguir seduzir os ricos, os milionários africanos, para contribuírem mais para a saúde no continente. \”Era um passo que ele estava a desenvolver mas que ainda não deu os resultados esperados e provavelmente surjam com a sua sucessora\”, augurou José Van-Dúnem.
Luís Gomes Sambo exerceu o cargo de director regional da OMS para África durante dois mandatos consecutivos, de cinco anos cada, desde 2005, e agora é substituído pela tswanesa Moeti Rebecca, que começa funções no dia 1 de Fevereiro de 2015. Numa recente entrevista à Angop, em vésperas da reunião de Cotonou, Luís Gomes Sambo referiu-se à actual situação sanitária do continente africano e disse ser com sentimento do dever cumprido que deixa a organização.
Compromissos de Angola
Angola é um dos poucos Estados-membros da OMS África que honram os seus compromissos com o Fundo Africano para Resposta às Emergências, afirmou o ministro da Saúde.
José Van-Dúnem informou que, dos 47 Estados-membros, apenas sete têm honrado regularmente a sua contribuição. “A organização regional da Saúde não tinha os fundos para poder dar uma resposta com muito maior intensidade como a que deu até agora\”, referiu. Apesar de todos os países entenderem a necessidade e a pertinência do Fundo, sublinhou, subsiste a realidade de que só sete países estão a financiá-lo. \”Angola é dos países que contribuem para o Fundo porque reconhece a sua necessidade e vai continuar a fazê-lo\”, garantiu o ministro.
Quanto ao ébola, José Van-Dúnem informou que a reunião de Cotonou enfatizou que os países devem organizar-se para ter laboratórios nacionais que possam, depois, evoluir para institutos de controlo de doenças para responderem ao nível dos respectivos países e das regiões.
“É urgente que os países tenham laboratórios para poderem responder ao surgimento de epidemias, principalmente de epidemias de origem viral\”, sustentou o ministro.
Outra questão fundamental, que, segundo o ministro José Van- Dúnem, prendeu a atenção dos delegados, tem a ver com o Programa e Plano Estratégico de Vacinação e os avanços que foram feitos a nível dos países. Informou que foi abordada a introdução de novas vacinas e a manutenção de altos níveis de cobertura das vacinas que já fazem parte do Programa Nacional de Vacinação.
No capítulo das hepatites, José Van-Dúnem disse que foi considerado como um problema que afecta alguns países, uns com maior incidência do que outros. Concluiu-se, por outro lado, que em muitos países ainda não há conhecimento, porque não existe um rastreio ou seguimento generalizado neste domínio.