Liderança angolana reforça expansão

Fotografia: João Gomes
A Soares da Costa, a primeira empresa portuguesa de construção civil com centro de decisão em Luanda, pretende reforçar a posição em Angola, Moçambique, entre outros países africanos, e no Brasil.
O presidente do Conselho de Administração da empresa disse, em Lisboa, que a Soares da Costa, que em Junho realiza pela primeira vez a sua assembleia geral em Luanda, quer “expandir a actividade”, com crescimento mais forte em Angola e Moçambique.
A intenção é “crescer nos mercados nucleares – Angola, Moçambique, Portugal e Brasil - e avaliar outros países africanos, beneficiando das ligações dos nossos accionistas”, agora maioritariamente angolanos, disse Castro Henriques.
A construtora portuguesa atravessou uma situação financeira crítica até o investidor angolano António Mosquito aplicar no ano passado 70 milhões de euros (cerca de 9,3 mil milhões de kwanzas), que lhe dão agora o controlo do capital.
Portugal assistiu nos últimos anos a uma vaga de investimento angolano, que no sector da construção chegou também, por intermédio do empresário António Maurício, à Construtora do Tâmega, que esteve igualmente à beira da falência.
No caso da Soares da Costa, os centros de competência ficaram em Portugal, mas o centro de decisão passou para Luanda, onde residem quatro elementos do Conselho de Administração da empresa, na qual António Mosquito tem 67 por cento do capital.
Angola é o principal mercado da Soares da Costa, pesando este ano cerca de 60 por cento na facturação da construtora, estimada em 560 milhões de euros (74,2 mil milhões de kwanzas), depois da entrada de capital fresco e profunda reestruturação operacional.
No final do ano passado, a carteira de obras da construtora estava avaliada em 646 milhões de euros (perto de 86 mil milhões de kwanzas), com Angola a representar 57 por cento, Moçambique 20, Portugal dez e Brasil, quatro.
A sucursal da construtora vai evoluir para uma sociedade de direito angolano, presidida por um quadro nacional – Roberto Pisoeiro – herdando os activos e os passivos da empresa. António Mosquito está a tornar-se também num empresário de referência na comunicação social portuguesa, depois de entrar no capital do negócio de comunicação social do grupo Controlinveste (“Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias”, “O Jogo” e a rádio TSF) com uma posição de 27,5 por centi.
Em Angola, António Mosquito, tem vindo a afirmar-se como uma referência, integrando a estrutura accionista da Falcon Oil, empresa que possui dez por cento do Bloco 33 no mar territorial angolano. É também parte do núcleo que em 2008 acordou, em parceria com a Caixa Geral de Depósitos, a compra do Banco Caixa Geral Totta Angola, ficando com 12 por cento do capital, no qual a Sonangol tem uma posição de 25 por cento.
Em 2013, o empresário recebeu o prémio Sirius de empreendedor do ano, em reconhecimento pelo sucesso que tem obtido na internacionalização dos seus negócios.