Instalações submarinas construídas em Angola

Fotografia: DR

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A Esso Angola começa este ano a construção offshore de convés e instalações submarinas no projecto petrolífero Satélites do Kizomba, no Bloco 15, com material fabricado em território nacional, soube o Jornal de Angola da companhia petrolífera.

Em 2013, o Bloco 15 obteve a segunda maior produção do país, ao alcançar uma tiragem diária de 370 mil barris de petróleo. As quatro instalações de produção da Esso, que operam com altos níveis de fiabilidade, compreendem o Kizomba A e B, o Kizomba C – Mondo e o Kizomba – Saxi/Batuque.
A contribuir para o êxito do Bloco 15 desde a sua inauguração (1994), está a utilização de tecnologias de ponta em quase todas as operações. A Esso exportou em 2013 gás associado dos campos Kizomba A e B para o terminal do Angola LNG.
O engenheiro de sub-superfície da Esso, Jairo Lima, notou a respeito que após a instalação do retentor, os dois poços passaram para um ciclo de produção contínuo, tendo o Kizomba A produzido dez mil barris de petróleo por dia, com mil de Rácio Gás-Petróleo, comparados com os cinco mil barris de petróleo por dia a seis mil de Rácio Gás-Petróleo antes do fecho de gás “GSO”.
O segundo poço, disse Jairo Lima, produziu em 2013 oito mil barris de petróleo por dia a um Rácio Gás-Petróleo de cinco mil, comparado com os seis mil barris dia a um Rácio Gás-Petróleo de seis mil. “Esta foi uma iniciativa de engenharia de sub-superfície eficaz executada através da equipa de bens patrimoniais”, sublinhou o engenheiro Jairo Lima.

Chave do sucesso

A chave para as actividades empresariais da Esso em território angolano são os seus interesses participativos nos Blocos 17 e 32, ambos operados pela Total Exploration and Production Angola. Estes dois blocos representam um total de 27 descobertas e aproximadamente seis mil milhões de barris em possíveis recursos recuperáveis. A componente chave das actividades empresariais da Esso em Angola está no Bloco 17, através da Esso Exploration Angola Limited que detém 20 por cento de interesses participativos. Operado pela Total com 40 por cento de interesses participativos, o Bloco 17 representa quase 37 por cento da produção de petróleo em Angola.
Com uma produção diária estimada de 590 mil barris de petróleo, o Bloco 17 foi uma das concessões mais lucrativas da África Ocidental.
Com o arranque do campo PazFlor em 2011, instalações capazes de processar dois tipos de petróleo bruto, o grande projecto do Bloco 17 para o ano de 2014 foi o desenvolvimento dos campos Cravo, Lírio, Orquídea e Violeta, este último também conhecido por CLOV.

Descobertas no bloco 32

Com recursos descobertos estimados em cerca de mil milhões de barris, o Bloco 32, também operado pela Total com 30 por cento de participação e na no qual a Esso é associada, com 15 por cento, produziu 12 descobertas. O primeiro grande desenvolvimento reflecte-se no projecto Kaombo, que emprega dois FPSO (navios de produção, armazenamento e descarga), cada um deles com uma meta de produção de 115 mil barris de petróleo por dia.
O projecto pode favorecer uma recuperação de aproximadamente 660 milhões de barris de petróleo durante o seu desenvolvimento. Prevê-se que o projecto Kaombo comece com a produção no ano de 2017. O grupo empreiteiro do Bloco 32 inclui também a Sonangol (30 por cento), Sonangol – Sinopec International (20 por cento) e Galp (cinco por cento).
Segunda fase do Kizomba
A segunda fase do Projecto Satélites do Kizomba (KSP2) foi desenvolvida com o objectivo de recuperar aproximadamente 190 milhões de barris de petróleo a partir de três áreas de desenvolvimento do Bloco 15 (Kakocha, Bavuca e Mondo Sul). Os campos Kakocha e Bavuca são desenvolvidos através de ligações ao FPSO Kizomba B e o campo Mondo Sul através do FPSO Mondo.
Em 2014, a segunda fase do projecto Satélites do Kizomba prosseguiu com actividades de engenharia e aprovisionamento para o convés e âmbito do projecto submarino. O projecto começou com a fabricação e montagem dos componentes do convés e submarinos nos estaleiros localizados em Angola.
Dentro das estratégias da Esso de maximizar e desenvolver a participação nacional, 50 por cento dos trabalhos de engenharia do convés e 30 por cento de engenharia de instalação são realizados em Angola, tal como quase todos os componentes submarinos são fabricados ou montados no país.
A segunda fase do KSP2 edifica-se a partir de experiências apreendidas na primeira fase, adquiridas através da utilização contínua de vários estaleiros de fabricação nacionais.

Força de trabalho e operações

Em finais de 2013, a Esso tinha 80 por cento da sua força de trabalho composta por nacionais, dos quais 75 angolanos em cargos de liderança, incluindo os primeiros 16 supervisores offshore e 13 em cargos de direcção.
Depois da assinatura do Contrato de Partilha de Produção, em 1994, a descoberta de campos no Bloco 15 verificou-se no ano de 1998, nos campos Kissanje 1, Marimba 1, Hungo 1 e Dikanza 1. Um ano depois deu-se a descoberta dos campos Xikomba e Chocalho, em 2000 dos campos Campos Mondo, Batuque, Saxi e Mbulumbumba e, finalmente, em 2001, dos campos Mavacola 1, Vicango 1.
Isto aguçou a corrida dos associados para a actividade petrolífera e em 2001 começam com a construção do Projecto de Desenvolvimento Kizomba A, embebidos no lema “Projectar um, construir vários”.
Nos anos subsequentes nasceram, em ritmo bastante acelerado, esses vários projectos, como o Projecto de Desenvolvimento Xicomba – Sistemas de Produção Preliminar, operação que resulta na descoberta do campo Reco Reco 1, no ano de 2002. Em 2003 inicia-se a construção do Projecto de Desenvolvimento Kizomba B e novas operações levam à descoberta dos campos Clochas, Tchihumba, Kakocha e Bavuca. Neste ano dá-se início à primeira produção de petróleo no campo Xikomba.
A primeira produção de petróleo do Kizomba A deu-se no ano de 2004 e, um ano depois, os associados anunciaram o arranque do Kizomba B. A corrida pelo crescimento do negócio levou a associação a efectuar ligações com campos próximos e, em 2007, arrancou a ligação com o campo Marimba Norte.
Em 2008, os associados do Bloco 15 anunciam a primeira produção de petróleo no campo Mondo do Kizomba C e o arranque dos campos Saxi e Batuque. No meio de muito sucesso, a associação celebra os 15 anos do Bloco 15, numa altura em que alcançava a produção de mil milhões de barris de petróleo.
A partir do ano de 2010 registaram-se outros acontecimentos, como a finalização do projecto de recolha de gás, a desactivação do campo Xikomba (2011), o início de produção do Projecto Satélites do Kizomba – fase 1 (2012) e a contabilização em 2013 do investimento comunitário total feito desde o ano de 2003, que totaliza 43 milhões de dólares (mais de 4,3 mil milhões de kwanzas).

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